Temperos para se plantar em casa: Salsa

Salsa ou salsinha (Petroselinum sativum), de folha lisa ou crespa (menos comum), é uma das ervas mais versáteis. Seu sabor delicado, com toques sutis de anis, combina com quase tudo: bolinhos, ensopados, recheios de tortas, sopas. Os talos são indicados para aromatizar caldos. Já as folhas, por serem resistentes, podem ser muito bem picadas com uma faca afiada sem perder seu bonito tom verde escuro, uma delícia na finalização de pratos como filés grelhados, sopas quentes e frias, purê e salada de batatas.


Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Apiales
Família: Apiaceae
Género: Petroselinum
Espécie: P. crispum

Descrição

É uma planta bienal que, no primeiro ano, forma uma roseta de folhas muito divididas, alcança de 10 a 25 cm de altura e possui talos que podem chegar a exceder 60 cm, com floríferos de 1 a 3 cm e um tubérculo usado como reserva para o inverno. No segundo ano, desenvolve um talo de flor de até 75 cm de altura com folhas esparsas e umbela de topo plano com diâmetro de 3 a 10 cm, com várias flores verde-amareladas de 2 mm de diâmetro. As sementes são ovoides de 2 a 3mm. A planta normalmente morre após o amadurecimento das sementes.

Cultivo

O cultivo da salsa faz-se há mais de trezentos anos, sendo uma das ervas aromáticas mais populares da gastronomia mundial.

A reprodução é feita por sementes, num local ensolarado e em solo drenado que não seja demasiado compacto. Também pode ser cultivada em vasos fundos numa janela ensolarada. Desenvolve melhor entre 22 e 30 °C. A germinação é lenta, durando de quatro a seis semanas,  e, frequentemente, difícil, devido à furanocumarina que envolve a sua semente. Plantas cultivadas a partir dos talos são normalmente espaçadas em 10 cm, enquanto as cultivadas pela raiz são espaçadas em 20 cm para permitir o desenvolvimento da raiz. 

A salsa atrai alguns animais. Certas espécies de borboletas põem seus ovos na planta. Quando eles eclodem, saem lagartas pretas com listras verdes e pontos amarelos que se alimentam da planta por duas semanas, até formarem a pupa. As abelhas e outros insetos que se alimentam de néctar visitam as flores, enquanto pássaros, como o pintassilgo-comum, se alimentam das sementes.

No cultivo, a salsa é subdividida em vários grupos cultivares dependendo da forma da planta, que é relacionado a seu uso final. Elas são frequentemente tratadas como variedades botânicas, mas são seleções de cultivo, não de origem botânica natural.

Salsa de folhas
Os dois grupos principais de salsinha usados como ervas são as de folhas crespas (i.e.; P. crispum crispum group; syn. P. crispum var. crispum) e folhas lisas (P. crispum neapolitanum group; syn. P. crispum var. neapolitanum); desses, o grupo neapolitanum se aparenta mais com a espécie selvagem. Alguns preferem cultivar a salsinha de folha lisa por ser mais fácil, sendo mais tolerante à chuva e ao sol, além de ter o sabor mais forte (apesar de discutível), enquanto a salsinha de folhas crespas é preferida por outros devido à sua aparência mais decorativa. Um terceiro tipo, cultivado no sul da itália, tem galhos grossos, parecidos com o salsão.


Salsa de raiz
A variedade de salsa grande Petroselinum crispum tuberosum (P. crispum radicosum group, syn. P. crispum var. tuberosum) possui uma raiz engrossada axonomorfa, parecida com a cherovia, que se consome como hortaliça crua ou cozida. Esta variedade tem folhas maiores e mais rugosas que a salsa comum, mais semelhantes à espécie silvestre.

Uso na culinária 


Na culinária, é muito utilizada em saladas, sopas, guisados, peixe, refogados e outros pratos. É uma erva muito usada em guarnições. Ajuda a refrescar a respiração depois de ingerir alho. 

Contraindicações e efeitos colaterais da salsinha 

Grandes quantidades devem ser evitadas durante a gravidez, vez que a apiole é um estimulante uterino. Alguns pássaros se intoxicam com salsa, no entanto, a maioria dos outros animais se alimentam dela. Grandes quantidades de sementes devem ser evitadas. 

História e curiosidades 


Dioscórides, herborista grego, nomeou o gênero Petroselinum, onde petro significa “pedra” e selinon significa “aipo”. Os gregos antigos acreditavam que a salsa pulou do sangue de Archemorus, o Arauto da Morte e, por isso guerreiros evitavam comer a erva antes das batalhas. A erva já foi usada para fazer grinaldas para mortos e colocadas em suas tumbas. A salsa era associada com Persephone, a rainha do mundo dos criminosos. Romanos usaram guirlandas de salsa durante banquetes para prevenirem a embriaguez. Já foi utilizada para adornar atletas gregos vitoriosos nos Jogos de Nemeia. As sementes são plantadas tradicionalmente na sexta-feira. Durante a Idade Média, era usada como um antídoto para venenos.

A salsa como erva medicinal

A salsa possui vitaminas e minerais que são muito importantes e benéficos para ajudar a prevenir e combater um grande número de doenças. Os usos mais conhecidos da salsa são os seguintes:
  • A salsa é uma erva que tem a capacidade de proteger o fígado e os intestinos de diferentes tipos de câncer que podem chegar a afetá-los. Suas propriedades anticancerígenas encontram-se em um de seus componentes conhecido como miristicina. Além disso, protege o cérebro ao prevenir tumores que podem aparecer a qualquer momento.
  • A salsa possui grandes propriedades estimulantes da digestão, é antiflatulenta e carminativa. Ajuda a expulsar o excesso de gases evitando a sensação de peso, também favorece o organismo a eliminar as toxinas que estão acumuladas, e principalmente, protege os rins ao impedir a formação de cálculos renais.
  • Possui poderosos agentes antioxidantes que protegem as células do envelhecimento. Permite manter a pele saudável, posto que esta planta possui propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias, sendo de grande ajuda para todas aquelas pessoas que sofrem de acne, manchas e outros problemas relacionados.

  • Também é um grande alimento, já que traz minerais como o fósforo, cálcio, ferro e enxofre, além de grandes quantidades de vitamina C e betacaroteno, o qual é muito importante para fortalecer o sistema imunológico.  

  • A salsa fresca é rica em vitaminas e a sua celulose ajuda o movimento intestinal. Além de seu largo uso decorativo, a salsinha provê vários benefícios à saúde. É uma boa fonte de antioxidantes (especialmente luteolina), ácido fólico, vitamina C e vitamina A. Entre os benefícios à saúde declarados estão propriedades anti-inflamatórias e melhora no sistema imune.

Entretanto, relembramos que a salsa não deve ser consumida em excesso por mulheres grávidas. É segura em quantidades normais de alimento, mas, em grandes quantidades, pode ter efeito indutor de parto, devido a um dos componentes do óleo essencial, o apiol.



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Fonte:
http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/
https://pt.wikipedia.org/
http://www.meucantinhoverde.com/
https://melhorcomsaude.com










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