Boa-noite - Catharanthus roseus.


Hoje, a pedidos do meu amigo Silvio César, vamos postar sobre a rústica beleza da Boa-noite.

Nome Científico: Catharanthus roseus
Sinonímia: Vinca rosea, Ammocallis rosea
Nome Popular: Vinca, vinca-de-gato, vinca-de-madagascar, boa-noite, maria-sem-vergonha, bom-dia
Família: Apocynaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Cosmopolita Tropical
Ciclo de Vida: Perene

A Catharanthus roseus é uma planta rústica e pouco exigente nativa e endêmica de Madagáscar. Na natureza selvagem esta espécie se encontra em processo de extinção, isso por causa da destruição do habitat pela queima e a agricultura. Mesmo assim, a Boa-noite está sendo cultivada em todos os lugares que apresentam um clima tropical e subtropical e está ocorrendo um processo de naturalização nesses novos lugares.


A Boa-noite é uma das plantas medicinais mais extensivamente estudadas. Além de planta ornamental, sua importância se deve à produção e acúmulo de alcalóides bisindólicos nas folhas (vimblastina e vincristina), utilizados no tratamento de diversas formas de câncer. No entanto, há poucos relatos na literatura sobre o desenvolvimento dessa espécie em relação às variações de fatores do ambiente.
Quando foi descoberta, pelos europeus, foi denominada erradamente de vinca ou mirta. Esse erro foi corrigido e a vinca-de-madagáscar foi reclassificou no gênero Catharanthus e lhe foi atribuída o nome de Catharanthus roseus. O direito binomial da vinca-de-madagáscar é prezado para G. Don, o pesquisador que a coletou, a estudou e tirou as conclusões que se tratava de uma espécie do gênero Catharanthus. A vinca-de-madagáscar possui vários sinôminos entre eles Vinca roseua (Basinômino), Lochnera rosea e Ammocallis rosea. Por causa de suas características é classificada na divisão das Angiospermas porque esta planta produz flores e frutos.

Descrição

A vinca-de-Madagáscar é uma planta perene, que geralmente são cultivadas em canteiros ou jardins de flores. Em um clima frio a vinca-de-Madagáscar desenvolve um caule lenhoso, pode crescer até um metro de altura, as folhas são brilhantes e medem de 5 a 7 centímetros (cm) de comprimento. As cinco pétalas de flores são tipicamente rosa, mas podem ser cultivadas em cores vermelho, roxo e branco. As flores florescem melhor no verão e como a maioria dos membros da família das Apocynaceae esta planta pode expelir um tipo de látex leitoso. Existem várias subclassificações usadas para dividirem a Catharanthus roseus, são elas:
  • Cooler - Ou resfriada crescem compactadas de formato arredondado, as pétalas são sobrepostas, ou seja, uma sobre a outra formando uma especié de pastel;


  • Carpetes - Inclui Catharanthus roseus que medem de 7 a 10 cm de altura e espalha-se a 60 cm pelo chão. São ótimas plantas para decorações;


  • Pretty - Ou coisa bonita, assim como as de Cooler, as Pretty são compactas e possuem muitas flores numa só planta, medem cerca de 30,5 cm de altura;


  • Névoa da manhã - Possui grandes flores brancas com o centro rosa;


  • Guarda-sol - Tem grandes flores que medem 5 cm de largura, são brancas com centro rosa. A planta mede cerca de 60 cm de altura.

Descoberta da Vimblastina

O descobridor da substancia vimblastina foi o Dr. Robert Laing Noble da Universidade de Toronto em 1934. A descoberta da vimblastina esteve comumente ligada a diabete. No ano de 1952. o Dr. Noble recebeu de seu irmão Dr. Clark Noble um envelope que continha 25 folhas da vinca-de-Madagáscar. Esse envelope veio da Jamaica, mandado por um paciente Dr. Clark, ele dizia que na falta da insula para diabéticos eles usavam o chá da vinca-de-Madagáscar. Percebeu-se que as folhas tinham poucos efeitos na diminuição da glicose no sangue, mas a diminuição dos glóbulos brancos no sangue foi o que chamou a atenção do Dr. Noble, o que sugeriu na possível cura da leucemia.

No ano de 1954 o Dr. Beer e a equipe do Dr. Noble conseguiram identificar, separar e purificar um alcaloide que veio a ser chamado de vimblastina que impediu a multiplicação dos glóbulos brancos no corpo o que veio a combater a leucemia. Até hoje a vimblastina é usada para o combate da leucemia, e também se misturada com outras substância anticancerígena pode vir a combater outros tipos de cânceres.


Utilidades

Uso para a farmacologia
Já foram encontrados mais de setenta tipos diferentes de alcaloides na vinca-de-Madagáscar. Outro alcaloide além da vimblastina é a vincristina (extraído das flores da planta) que também é usado na cura do câncer como linfomas, Doença de Hodgkin, câncer de mama, leucemia linfocítica aguda, sarcomas de tecidos moles, Mieloma múltiplo, Neuroblastoma. A extração e fabricação da vimblastina e da vincristina são controladas por causa de sua toxidade, entre eles a neuro-estar. Embora a vimblastina e a vincristina forem semelhantes em estrutura e a mesma ação as duas substância produzem efeitos diferentes sobre o corpo. A vincristina é considerada um pouco superior a vimblastina na cura da linfossarcoam. A raíz da vinca-de-madagáscar contém outro alcaloide chamado de alstonina que tem um efeito calmante e que é capaz de reduzir a pressão arterial.

Uso para a medicina alternativa
A vinca-de-madagáscar foi muito usada na medicina alternativa de vários países do mundo. Na medicina tradicional chinesa, a vinca-de-madagáscar tem sido usada para o tratamento de diversas doenças E como planta ornamental. Na medicina tradicional chinesa, extratos da vinca-de-madagascar têm sido usados para combater diversos tipos de doenças incluindo diabetes, malária e a doença de Hodgkin. Na Índia suas folhas eram utilizadas para tratamento de picadas de vespa. No Havaí, esta planta era fervida em água, dando origem a um cataplasma que era utilizada na paralisação de hemorragias.

Proibições de uso
Os conflitos históricos de indígenas, o uso como alucinógeno, uso recente da vinca-de-madagáscar como patente sobre medicamentos derivados por empresas de fabricação de medicamentos levou a acusações de biopirataria. Como a vinca-de-madagáscar pode ser perigosa se consumida por via oral e também ter um grande poder alucinógeno foi-se proibida o cultivo, a posse e a venda no estado americano da Luisiana segundo a lei estadual de nº159.


Cultivos

A espécie é muito cultivada pela medicina alternativa e também com planta alternativa. A Boa-noite é uma planta muito rústica e pouco exigente, por esses motivos pode ser cultivada em quase todo o mundo onde se apresenta um clima tropical e subtropical. O cultivo deve ser feito em um solo fértil e deve ser regado constatemente. Embora a vinca-de-madagáscar seja bem resistente a seca e aguentar até um ano com pouca água. É geralmente usada nas decoraçãos de jardins, em maciços, em vasos, em bordaduras, em jardineiros e vasos. O período de aparecimento das flores estende-se por todo o ano. Apesar de ser um bela planta, a vinca-de-madagáscar é geralmente trocada por perídos de dois anos, isso é feito porque ela perde sua beleza com o passar dos anos.

Fontes: 


Galeria