A Ginkgo biloba é uma árvore de origem asiática, presente na China, Coréia e Japão, que conta com folhas de onde são extraídos seus princípios ativos benéficos. É considerada um fóssil vivo, pois existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 200 milhões de anos. É símbolo de paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão.
Também são conhecidas como nogueira-do-japão ou árvore-avenca e, embora estejam desaparecendo na natureza, podem ser encontradas em parques e jardins de várias partes do mundo, onde se destacam pelas vistosas folhas amarelas durante o outono.
Etimologia
A palavra ginkgo tem origem chinesa (ginkyo: 銀杏), significando "damasco prateado". A palavra biloba vem do formato bilobado das folhas.
Características
Foi descrita pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer por volta de 1690, mas só despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima, brotando no solo da cidade devastada. Suas folhas têm sido frequentemente usadas no combate aos radicais livres e como auxiliar da oxigenação cerebral.
Goethe, famoso cientista, filósofo, poeta e botânico alemão, escreveu um poema sobre ele em 1815 falando da unidade-dualidade simbolizada na folha do ginkgo.
Longevidade
Na região das Montanhas de Zhongnan, na província chinesa de Shaanxi, existe um exemplar desta árvore que possui cerca de 1,4 mil anos e está abrigada dentro do templo budista Gu Guanyin. Acredita-se que ela foi plantada pelo imperador Li Shimin durante a dinastia Tang, que tomou conta do país entre os anos 618 e 907.
Um estudo recente acaba de revelar o segredo da longevidade dessa espécie milenar. Esse estudo se concentrou na análise genética de árvores de ginkgo biloba com idades entre 15 e 667 anos, nos Estados Unidos e na China. O exame da casca, das sementes e das folhas das árvores mostrou que seu crescimento não diminui, mesmo que tenham se passado centenas de anos. Na verdade, os pesquisadores descobriram que, em alguns casos, esse crescimento acelera.
O segredo da longevidade e boa saúde é que elas produzem substâncias químicas que as protegem contra fatores de estresse, como doenças ou secas. A análise genética revelou que o ginkgo biloba produz seus próprios antioxidantes, antimicrobianos e hormônios protetores. Além disso, os biólogos descobriram que os genes relacionados à idade não são ativados quando a árvore atinge uma certa idade, como acontece em outras espécies, como ervas ou plantas anuais (que, em geral, germinam, florescem e morrem no período de um ano). Assim, embora a árvore seja devastada por raios ou geadas, todos os seus processos necessários para continuar crescendo saudável continuam funcionando sem problemas.
Uso farmacológico
Acredita-se que o Ginkgo seja um nootrópico, sendo usado principalmente como intensificador de memória, de atenção e contra vertigem. Contudo, o efeito do ginkgo biloba na melhora da memória apresenta resultados conflitantes.
O maior e mais longo teste clínico independente, conduzido pelo Periódico da Associação Médica Americana para avaliar o Ginkgo biloba, publicou o resultado em 2008 de que o suplemento não reduz a incidência de demência de quaisquer causas ou de Alzheimer em adultos, de 75 anos ou mais, que tinham cognição normal ou mínimo déficit cognitivo, quando administrado duas vezes por dia em doses de 120 mg do extrato de "G. biloba".
Entretanto, um teste similar, publicado em 2010 pelo Periódico Internacional de Psiquiatria Geriátrica, concluiu que a mesma formulação de extrato do G. biloba (EGb761), quando administrada como uma única dose de 240 mg diariamente, se mostrou significativamente superior ao placebo no tratamento de pacientes com demência com sintomas neuropsiquiátricos.
De acordo com alguns estudos, o Ginkgo pode melhorar significativamente a atenção em indivíduos saudáveis. Em um desses estudos, o efeito foi quase imediato e chegou ao seu pico em 2 horas e meia depois da administração.
Em 2007, uma análise sistemática avaliou criticamente os dados sobre os testes com o Ginkgo, usando a literatura disponível até 2007, de qualquer idioma. A análise apontou falhas metodológicas em vários estudos. Aponta que, enquanto alguns estudos mostraram resultados positivos agudos com doses particulares, estes resultados não foram reproduzidos ou foram diretamente contraditos por outros estudos. Afirma que a evidência disponível de estudos de longo-prazo é altamente negativa, que apenas um de 5 estudos agudos mostra resultados positivos e apenas um de 6 estudos de longo-prazo mostrou algum resultado positivo significante.
Um estudo sugere que o efeito do Ginkgo sobre a cognição pode ser atribuído ao seu efeito inibitório na recaptação da noradrenalina.
Uma análise mais recente, de 2012, da literatura disponível, não deu razão para mudar as conclusões antigas. Afirma que não há evidência convincente de que ginkgo seja efetivo para deficit cognitivo ou demência, derrame isquêmico agudo, claudicação intermitente ou zumbido. Ainda há falta de evidência conclusiva do efeito sobre a degeneração macular em idosos. O extrato da folha do Ginkgo parece ser seguro de usar, sem excesso de efeitos colaterais em comparação com o placebo. Pode causar efeitos colaterais mínimos como irritação estomacal, dor de cabeça, tontura, constipação e reações dermatológicas alérgicas. Ainda há preocupação de que o extrato da folha possa aumentar o risco de sangramento e de que possa interagir com anticoagulantes. Como precaução geral, recomenda-se abster-se do ginkgo por pelo menos duas semanas antes de cirurgias.
Fontes:
https://www.bbc.com
https://catracalivre.com.br
https://www.uol.com.br
https://www.megacurioso.com.br
https://www.plantamed.com.br
https://pt.wikipedia.org/
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