Caatinga: Palma


Opuntia cochenillifera (ou: Nopalea cochenillifera, Nopalea coccinellifera, Cactus cochenilliferus e Cactus cochenillifer) é o nome científico da cactácea forrageira e comestível, de origem mexicana, largamente difundida no Nordeste brasileiro - recebendo o nome genérico de Palma.

Outros nomes:  urumbeta, cacto, cacto-de-cochonilha, palma-de-engorda, palma-miúda, palma-forrageira, palma-doce, palmatória-doce, nopal, cardo-de-cochonilha, cacto-sem-espinhos).

Seu uso varia desde a alimentação ao gado e humana, paisagístico e cerca-viva, como para a produção de corante natural, extraído de inseto parasita.

No Brasil, a  Opuntia sp. foi introduzida pelos portugueses, no período colonial, em meados do século XVIII, com o objetivo de desenvolver a criação de cochonilha para obter um pigmento carmin, muito utilizado nas indústrias de roupas, cosméticos, pinturas, medicamentos e alimentos. Diante do insucesso deste objetivo, a partir de 1900 esta planta passou a ser utilizada como forragem. 

CLASSIFICAÇÃO:

DIVISÃO:
Magnoliophyta
CLASSE:
Magnoliopsida
ORDEM:
Cactaceae
FAMÍLIA:
Nymphaeaceae
GÊNERO:
Opuntia Mill.
ESPÉCIE:
O. cochenillifera


Características:

Planta xeromorfa, possui caule cilíndrico e seus ramos (cladódios), conhecidos como palmas (ou raquetes, são achatados, carnosos e em formato oval.
 

Os ramos (palmas ou cladódios) são os responsáveis pela fotossíntese, uma vez que as folhas foram transmutadas nos espinhos que, nesta espécie, são esparsos e pequenos, e até ausentes.

Seus cladódios são menores que a espécie O. ficus-indica (figueira-da-índia), sendo esta comumente chamada de palma-grande, enquanto a cochenillifera é chamada de palma-pequena.
 

Frutificação: Os frutos são amarelos-avermelhados, suculentos, com aproximadamente 8 cm de comprimento, com tufos de diminutos espinhos.


O fruto da palma já é comercializado nos supermercados como "figo da índia". Tem um sabor muito bom e teor de proteína bastante alto.

Tanto o fruto como a utilização da palma como verdura e para fazer diversos outros pratos ainda é tratado com preconceito alimentar. Os textos que se referem à Palma aqui no Nordeste tratam-na sempre como forrageira e ela não é só forrageira. É antes disso um alimento humano.



Floração: ocorre durante todo o ano, com preferência ao período de setembro a março. As flores possuem tom avermelhado ou amarelado, com estames longos e róseos. Sua reprodução dá-se por estaquia ou sementes.

Cultivo:


Possui ciclo de vida perene, devendo ser cultivada em solos preferencialmente drenado, como o arenoso, e fértil (embora resista bem à infertilidade). Além do uso forrageiro, a palma também se presta à alimentação humana, e à jardinagem. Neste último caso pode ser plantada individualmente ou em grupos, como cerca-viva nas variedades mais dotadas de espinhos, ou mesmo em vasos para decoração. Deve ser cultivada a pleno sol ou a meia-sombra.

Em plantações no México, onde é nativa, a produção atinge quatrocentas toneladas por hectare, dez vezes maior que a do Nordeste brasileiro.


No Brasil a área plantada, cerca de 500.000 Ha., na Região Nordeste e estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, é destinada precipuamente à obtenção de forragem para alimentar os rebanhos no período de estiagem.  Seu cultivo para a produção de frutos é ainda emergente no país, concentrando-se em São Paulo, na região de Valinhos, e, de forma incipiente, nos estados de Pernambuco e Paraíba. Do total produzido em São Paulo, apenas uma pequena parte é destinada ao mercado interno, enquanto a maior parcela é exportada para a Europa e Estados Unidos, onde existe o hábito de consumo deste fruto, considerado exótico (Souza, 2005; García & Valdez, 2003; Glass, 2005).

Uso zoo-técnico:


A palma apresenta uma boa digestibilidade pelos ruminantes, sendo uma alternativa de forragem durante as estiagens nas regiões sujeitas a esta situação climática, nos Estados Unidos da América, México, África do Sul, Austrália e Nordeste do Brasil. Embora adaptável a estes lugares, suas qualidades nutritivas são inferiores às de outras forrageiras, como sorgo, capim-elefante e milho, por exemplo
Seus valores nutricionais são, em média: matéria seca 6,38%; proteína bruta (11,44%), com altos valores de extrato etéreo e carboidratos não-estruturais, observando-se ainda matéria mineral. As raquetes possuem, segundo pesquisas, valor nutricional similar à silagem de milho

propriedades nutricionais:

Esta planta é rica em cálcio, potássio, sódio e também oferece glicídios, componentes nitrogenados, fibras, vitaminas dos grupos A, B, C e K, clorofila, riboflavina e proteínas. Muitos são os estudos e pesquisas que afirmam que o cacto é realmente valioso para a saúde das pessoas, ajudando os sistemas glandular, nervoso, imunológico, circulatório, digestivo e respiratório.

Pode-se consumir de diferentes formas: sucos, molhos, em pó, doces, com carnes, saladas, geleias, sopas, caldos, combinado com cereais, frutas ou linhaça. Para seu uso gastronômico, o cacto é usado como forragem e seus cachos são tão macios como uma verdura, que se prepara o escabeche,por exemplo. É muito popular usá-los em batidas com frutas.

Receita
Quibe de broto de palma com soja

  • Ingredientes:
1 xícara de chá de azeite;
1 colher de chá de açúcar;
1 colher de sobremesa de sal;
4 copos de palma fatiada em tirinhas;
4 copos de soja texturizada ou carne moída.
  • Modo de fazer

Lave a raquete da palma; retire os espinhos e ferva por três minutos em água com um pouco de vinagre para retirar a substância viscosa ou "baba". Passe os temperos em uma panela e adicione a carne moída ou a soja, deixando refogar tampada. Adicione a água aos poucos, até que a carne/soja fique suave. Misture a palma até reduzir o caldo ao mínimo. Coloque em uma travessa e cubra com a nata ou creme de leite (opcional). Decore e sirva acompanhado de purê de batata doce, batatinha, inhame, aipim, polenta ou xerém.

propriedades medicinais:


Poderoso antibiótico: inibe ou suspende diretamente o crescimento e desenvolvimento de várias bactérias. O cacto é usado como um cataplasma (seus cachos) e tem efeitos muito bons para a pele, tanto em feridas como em infecções.
 
Trata a arteriosclerose: essa inflamação cardiovascular causada pela placa do vaso sanguíneo pode ser tratada com essa planta, já que é antioxidante e anti-inflamatória. Consumir regularmente o suco de cacto fresco ou em pó ajuda a prevenir o aparecimento desta doença.

Não permite proliferar o câncer: o cacto tem muitas fibras dietéticas, solúveis e insolúveis. As últimas absorvem a água e ajuda os alimentos em sua “passagem” pelo trato digestivo. Sendo assim, melhora a digestão e são as encarregadas de diluir a concentração de células, que podem ser potencialmente cancerígenas no cólon, prevenindo a aparição desta doença.

Ajuda a regular o colesterol:
graças aos aminoácidos, a vitamina B3 e as fibras. O cacto previne, por sua vez, o excesso de açúcar no sangue e sua conversão em gordura, pelo que reduz de maneira substancial o colesterol “ruim” e os triglicérides. Elimina, ainda, os ácidos biliares, que se tornam colesterol.

Melhoram o trabalho do cólon: devido aos seus ingredientes ativos, ajudam na prevenção da absorção de gordura e carboidratos. Mantêm o balanço do nível do sangue e ajudam a controlar a obesidade. O cacto tem fibras que absorvem a glicose até o intestino. Mantendo, dessa forma, esse órgão limpo e em excelente estado.

Regula o diabetes: melhor dizendo, o nível de açúcar no sangue para os que sofrem com essa condição. Graças aos 18 aminoácidos presentes na planta, o corpo terá mais energia e reduzirá a fadiga, pelo que a glicose também baixará. Fortalece o fígado e o pâncreas e aumenta a sensibilidade à insulina, estimulando o movimento de glicose em todas as células do corpo. Também diminui a digestão de carboidratos, reduzindo a produção de insulina.

Melhor a digestão: pelas vitaminas do grupo B (1, 2 e 3) e C, além do cálcio, do potássio, magnésio, sódio e ferro. Com seu poder antioxidante, nos dá grande proteção ante as toxinas que são ingeridas com a comida e reduz os efeitos prejudiciais da ingestão de álcool ou determinados alimentos “pesados”.

Evita a prisão de ventre: as fibras que o cacto contém ajudam na digestão, como dito anteriormente, pelo que evita os problemas para ir aos banheiro.

Um aliado contra a obesidade: devido às grandes quantidades de fibras que contém, ajudando a retardar o processo de absorção dos alimentos e a entrada dos nutrientes no sangue, facilitando também sua eliminação. Permite que os líquidos cheguem mais rápido à corrente sanguínea, ajudando a diminuir a celulite e a retenção de líquidos. Recomenda-se consumir o cacto com sucos, como o de laranja, por exemplo. As fibras insolúveis que ele tem geram a sensação de saciedade e evitam que comamos mais. E, como se fosse pouco, regula o movimento intestinal para a evacuação correta.

Fortalece o sistema imunológico: isto se deve ao fato de que o cacto oferece muitas vitaminas, sobretudo, as dos complexos A, B e C. Também aporta minerais e muitos aminoácidos que ajudam a eliminar toxinas, desintoxicar o fígado e eliminar os efeitos nocivos da contaminação ambiental, os ambientes com fumaça de cigarro, os problemas que derivam do álcool etc. Pelos fotoquímicos ajudam o corpo a se defender de qualquer ataque de vírus ou bactérias.

Previne o sistema imunológico:
ajuda, por sua vez, a relaxar, a alcançar melhores estados de ânimo e até pode ajudar a erradicar problemas de depressão ou desequilíbrios sentimentais.

É um excelente diurético: o suco de cacto é usado para desinchar o sistema urinário e reduzir as dores nos rins ou bexiga.

Fontes: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opuntia_cochenillifera
http://marusasaki.blogspot.com.br/2012/08/palma-serve-como-alimento-isso-mesmo-o.html 
https://melhorcomsaude.com/propriedades-curativas-cacto/
https://www.criasaude.com.br/fitoterapia/palma-cacto.html