Feijão-Bravo: Tesouro Forrageiro da Caatinga

Feijão-Bravo: A Joia Resistente da Caatinga

1. Introdução

Você conhece o feijão-bravo? Esta planta extraordinária é um verdadeiro tesouro do semiárido brasileiro. Resistente à seca e ao calor intenso, o feijão-bravo desempenha papel fundamental na alimentação animal durante períodos críticos.

A espécie se destaca por sua capacidade de manter folhas verdes mesmo nas secas mais severas. Isso a torna essencial para a pecuária nordestina. Além disso, suas flores perfumadas atraem abelhas nativas e outros polinizadores importantes.

Neste artigo, você descobrirá tudo sobre essa planta incrível. Vamos explorar desde suas características botânicas até técnicas de cultivo. Prepare-se para conhecer uma das espécies mais valiosas da Caatinga!

2. Ficha Técnica do Feijão-Bravo

2.1. Classificação Científica

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Brassicales
  • Família: Capparaceae
  • Gênero: Cynophalla (anteriormente Capparis)
  • Espécie: Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl
  • Nome científico aceito: Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl
  • Sinônimos: Capparis flexuosa (L.) L., Morisonia flexuosa L.

2.2. Nomes Populares do Feijão-Bravo

A planta possui diversos nomes regionais. No Nordeste brasileiro, é conhecida principalmente como feijão-bravo. Outros nomes incluem feijão-de-boi, sapotaia e mussambê-indecente.

Em algumas regiões, também é chamada de feijão-bravo-da-caatinga. Esses nomes refletem sua importância cultural e seu uso tradicional. A variedade de denominações demonstra o quanto a planta está integrada à vida sertaneja.

3. Características Botânicas do Feijão-Bravo

3.1. Porte

O feijão-bravo apresenta porte variável conforme o ambiente. Pode crescer como arbusto, árvore pequena ou até como trepadeira. Sua altura varia entre 2 e 10 metros.

Em condições ideais, forma touceiras densas e ramificadas. A copa pode atingir até 5 metros de diâmetro. A planta desenvolve-se vigorosamente em solos profundos e bem drenados.

3.2. Caule e Casca

Os ramos são caracteristicamente flexuosos, crescendo em ziguezague. Daí vem o nome científico "flexuosa". O caule apresenta textura lisa quando jovem.

Com o tempo, a casca torna-se levemente fissurada. A coloração varia do marrom-claro ao cinza. O diâmetro do caule pode ultrapassar 20 centímetros na base.

3.3. Folhas

As folhas são simples e alternas. Medem de 3 a 12 centímetros de comprimento por 1 a 5 centímetros de largura. Possuem formato oblongo ou elíptico.

A textura é coriácea, resistente ao toque. A cor verde-escura caracteriza a face superior. Já a face inferior apresenta tonalidade mais clara. Apresentam nectários extraflorais nas axilas.

As folhas são perenes, ou seja, permanecem na planta o ano todo. Isso garante forragem mesmo durante a seca. O pecíolo mede entre 4 e 10 milímetros.

3.4. Flores

As flores são o grande destaque visual da espécie. Possuem quatro pétalas brancas que se tornam amareladas ou rosadas. Medem de 1,5 a 2 centímetros de diâmetro.

Os estames são numerosos, com 40 a 120 filamentos brancos. Eles se estendem além das pétalas, criando aspecto plumoso. As flores são noturnas e exalam perfume intenso.

Organizam-se em inflorescências corimbiformes terminais. A floração ocorre principalmente entre janeiro e março. Durante a estação seca, fornecem néctar abundante para polinizadores.

3.5. Frutos

Os frutos são cápsulas lineares alongadas. Medem de 6 a 20 centímetros de comprimento. Apresentam coloração verde quando imaturos.

Na maturação, tornam-se marrom-avermelhados. A deiscência é longitudinal, expondo as sementes. O interior do fruto apresenta polpa alaranjada ou vermelha.

Os frutos amadurecem entre fevereiro e abril. Ficam pendentes nos ramos, facilitando a colheita. A produção é abundante em plantas adultas.

3.6. Sementes

As sementes são reniformes, envolvidas por polpa branca. Medem aproximadamente 8 a 12 milímetros. São recalcitrantes, perdendo viabilidade rapidamente.

Apresentam comportamento vivíparo em algumas condições. Isso significa que podem germinar dentro do fruto. A viabilidade cai drasticamente após 7 dias de colheita.

Para melhor germinação, devem ser plantadas imediatamente. Sementes frescas atingem até 97% de germinação. A dispersão é realizada principalmente por aves e mamíferos.

3.7. Raízes

O sistema radicular é profundo e bem desenvolvido. Isso permite explorar camadas mais úmidas do solo. As raízes principais podem ultrapassar 3 metros de profundidade.

Essa característica confere alta resistência à seca. As raízes apresentam associações micorrízicas benéficas. Isso melhora a absorção de nutrientes em solos pobres.

3.8. Variedades

Atualmente, não existem variedades cultivadas distintas reconhecidas. A espécie apresenta variabilidade natural em suas populações. Estudos genéticos identificam diferenças entre populações regionais.

Pesquisas buscam selecionar genótipos superiores para forragem. Programas de melhoramento ainda estão em fase inicial. A conservação da diversidade genética é prioritária.

4. Origem, Habitat e Distribuição Geográfica do Feijão-Bravo

4.1. Origem

O feijão-bravo é nativo das Américas. Sua distribuição natural abrange do México até o norte da América do Sul. A espécie evoluiu em ambientes semiáridos tropicais.

Registros fósseis sugerem presença antiga na região. A planta adaptou-se perfeitamente ao clima do semiárido. Suas características refletem milhões de anos de evolução.

4.2. Onde é Encontrada Naturalmente

No Brasil, ocorre em todas as regiões exceto o Sul. Está presente em estados como Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Também ocorre no Pará, Minas Gerais e São Paulo.

Habita preferencialmente áreas de vegetação aberta e seca. Coloniza margens de matas e zonas de transição. Também surge em áreas perturbadas e beiras de estradas.

4.3. Biomas em que Ocorre

A Caatinga é o bioma principal de ocorrência. Ali, a planta desempenha papel ecológico fundamental. Também aparece em áreas de Cerrado e transição com Mata Atlântica.

Em cada bioma, adapta-se às condições locais específicas. Tolera ampla faixa de precipitação anual. Pode sobreviver com menos de 400 mm de chuva por ano.

5. O Papel no Ecossistema do Feijão-Bravo

O feijão-bravo é espécie-chave na Caatinga. Suas flores alimentam abelhas nativas durante a seca. Isso mantém populações de polinizadores em períodos críticos.

Os frutos servem de alimento para aves e mamíferos. Periquitos, maritacas e saguis consomem as sementes. Esses animais dispersam as sementes, regenerando áreas.

A planta contribui para fixação de nitrogênio no solo. Suas raízes profundas trazem nutrientes de camadas inferiores. Quando as folhas caem, enriquecem a superfície.

Oferece sombra e abrigo para fauna menor. Lagartos, insetos e pequenos mamíferos encontram refúgio. A estrutura ramificada cria microambientes importantes.

Auxilia na contenção de erosão em encostas. Suas raízes prendem o solo firmemente. Durante chuvas torrenciais, reduz perda de solo fértil.

6. Usos e Importância do Feijão-Bravo

6.1. Uso na Culinária

O feijão-bravo não possui uso culinário tradicional direto. Suas sementes não são consumidas por humanos. Diferentemente de outras leguminosas, não é planta alimentícia.

Algumas comunidades utilizam partes da planta medicinalmente. Porém, o consumo alimentar não é prática comum. O nome "feijão" refere-se apenas ao formato do fruto.

6.2. Importância Econômica do Feijão-Bravo

O valor econômico concentra-se na produção forrageira. Durante a seca, torna-se fonte crucial de alimento animal. Caprinos, ovinos e bovinos consomem folhas e ramos jovens.

A composição bromatológica é excelente para forragem. Apresenta teores de proteína bruta entre 12 e 18%. Os valores nutricionais superam muitas forrageiras cultivadas.

Pode reduzir custos com alimentação animal. Em períodos secos, substitui rações concentradas parcialmente. Isso aumenta a sustentabilidade econômica da pecuária sertaneja.

A madeira possui aplicações limitadas. Serve para estacas de cercas e lenha. Também é utilizada em artesanato regional pequeno.

6.3. Importância Cultural do Feijão-Bravo

A planta está profundamente enraizada na cultura sertaneja. Representa símbolo de resistência e adaptação. Aparece em canções populares e literatura regional.

Agricultores passam conhecimentos sobre a planta entre gerações. Técnicas de manejo são transmitidas oralmente. Isso preserva saberes tradicionais valiosos.

Em algumas comunidades, possui significado ritualístico. É considerada planta de proteção em quintais. Acredita-se que atrai boa sorte para criações animais.

6.4. Importância Medicinal do Feijão-Bravo

Na medicina popular, tem aplicações específicas. As cascas raspadas são usadas contra picadas de cobra. Prepara-se infusão que se ingere como antídoto tradicional.

Para sinusites, utilizam-se inalações de folhas fervidas. O vapor alivia sintomas de congestão nasal. Essas práticas carecem de validação científica formal.

Estudos fitoquímicos identificaram compostos bioativos. Óleos essenciais apresentam propriedades antimicrobianas potenciais. Pesquisas investigam possíveis aplicações terapêuticas futuras.

7. Cultivo e Cuidados Com o Feijão-Bravo

7.1. Clima e Temperatura

O feijão-bravo prospera em clima tropical semiárido. Temperaturas ideais situam-se entre 24°C e 32°C. Tolera picos de até 40°C sem danos significativos.

Requer precipitação anual entre 400 e 800 milímetros. Suporta períodos prolongados sem chuva. A umidade relativa pode variar amplamente.

Não tolera geadas ou temperaturas abaixo de 10°C. Em regiões serranas frias, o cultivo é inviável. Prefere fotoperíodo longo com alta insolação.

7.2. Solo

Adapta-se a diversos tipos de solo. Prefere solos profundos, bem drenados e arejados. pH ideal situa-se entre 6,0 e 7,5.

Tolera solos moderadamente salinos, suportando até 200 mM de NaCl. Essa característica permite cultivo em áreas degradadas. Desenvolve-se bem em solos arenosos e argilosos.

Requer fertilidade moderada para crescimento ótimo. Em solos muito pobres, cresce lentamente. Matéria orgânica melhora significativamente o desenvolvimento.

7.3. Plantio

O plantio deve ocorrer no início da estação chuvosa. Utilize sementes frescas, colhidas há menos de uma semana. Sementes velhas perdem viabilidade rapidamente.

Plante diretamente no local definitivo, evitando transplantes. A profundidade ideal é de 1 a 2 centímetros. Cubra levemente com solo solto.

Para propagação vegetativa, use estacas de ramos semilenhosos. Corte pedaços de 30 a 40 centímetros. Enterre um terço da estaca em substrato úmido.

7.4. Irrigação

Nos primeiros três meses, irrigue semanalmente. Aplique 10 a 15 litros por planta jovem. Mantenha solo úmido, mas nunca encharcado.

Após estabelecimento, reduza frequência gradualmente. Plantas adultas requerem irrigação apenas em secas extremas. O excesso de água prejudica o desenvolvimento radicular.

7.5. Adubação

Na cova de plantio, incorpore 5 kg de esterco curtido. Adicione 200 gramas de superfosfato simples. Misture bem com solo nativo.

Aos 60 dias, aplique 100 gramas de ureia por planta. Distribua em círculo ao redor do caule. Repita aplicação a cada 4 meses no primeiro ano.

Em anos subsequentes, adube anualmente com matéria orgânica. Complementar com 50 gramas de NPK 10-10-10. Aplique no início da estação chuvosa.

7.6. Espaçamento

Para produção forrageira, utilize espaçamento de 3 x 3 metros. Isso resulta em aproximadamente 1.100 plantas por hectare. Permite mecanização e manejo adequado.

Em sistemas agroflorestais, espaçamento pode ser maior. Utilize 4 x 4 metros ou 5 x 5 metros. Isso permite consorciação com culturas anuais.

Em cercas vivas, plante a cada 2 metros. As plantas formarão barreira densa. Conduza o crescimento com podas direcionadas.

7.7. Controle de Pragas

O feijão-bravo apresenta baixa incidência de pragas. Ocasionalmente, lagartas desfolhadoras atacam plantas jovens. Controle com produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis.

Cochonilhas podem aparecer em condições de estresse hídrico. Pulverize óleo de neem a 2% semanalmente. Três aplicações costumam controlar a infestação.

Pulgões raramente causam danos econômicos. Predadores naturais como joaninhas controlam populações. Evite inseticidas químicos que eliminam inimigos naturais.

7.8. Poda

Pode anualmente após a frutificação. Remova ramos secos, doentes ou danificados. Isso estimula brotação de ramos novos.

Para produção forrageira, aplique rebaixamento aos 2 anos. Corte ramos a 50 centímetros do solo. As rebrotas estarão acessíveis aos animais.

Podas de formação guiam crescimento desejado. Conduza planta para formato arbustivo ou arbóreo. Realize intervenções leves e progressivas.

7.9. Colheita

Para forragem, colha folhas e ramos tenros. Inicie colheita quando plantas atingirem 1,5 metros. Corte apenas 30% da copa por vez.

Sementes devem ser colhidas quando frutos amadurecem. Isso ocorre entre março e abril. Frutos apresentam deiscência natural nesse período.

Retire sementes imediatamente dos frutos. Plante-as em até 24 horas após colheita. Armazenamento reduz drasticamente a germinação.

7.10. Rotação de Culturas

O feijão-bravo funciona bem em sistemas de rotação. Após ciclos de culturas anuais, estabeleça o feijão-bravo. Ele recupera fertilidade do solo gradualmente.

Suas raízes profundas descompactam camadas endurecidas. Isso beneficia cultivos subsequentes. A matéria orgânica das folhas melhora estrutura do solo.

Em consórcio, combina bem com gramíneas forrageiras. Plante capim-buffel ou capim-corrente nas entrelinhas. Isso maximiza produção de forragem total.

7.11. Ciclo de Vida

O feijão-bravo é planta perene de longa duração. Pode viver mais de 20 anos em condições adequadas. A primeira floração ocorre entre 18 e 24 meses.

Produção forrageira estabiliza-se após terceiro ano. A partir daí, mantém-se constante por décadas. Plantas bem manejadas produzem indefinidamente.

8. Curiosidades Sobre o Feijão-Bravo

As flores do feijão-bravo abrem-se ao anoitecer. Atraem principalmente morcegos nectarívoros. Durante a noite, esses animais realizam a polinização.

As sementes apresentam viviparidade facultativa. Em condições muito úmidas, germinam dentro do fruto. Isso garante dispersão imediata das plântulas.

A planta tolera salinidade superior a muitas culturas. Pode crescer em solos com 200 mM de NaCl. Essa característica é rara entre forrageiras nativas.

Estudos genéticos revelam grande diversidade entre populações. Isso indica potencial para melhoramento genético. Futuros programas podem desenvolver cultivares superiores.

O pólen apresenta ornamentação microrreticulada única. Isso facilita identificação em estudos paleoecológicos. Revela presença histórica da espécie em regiões.

9. Conclusão

O feijão-bravo representa recurso valioso para o semiárido brasileiro. Suas características excepcionais garantem forragem em condições extremas. A planta demonstra notável adaptação ao clima da Caatinga.

Cultivar feijão-bravo contribui para sustentabilidade da pecuária regional. Reduz custos com alimentação animal durante secas prolongadas. Além disso, apoia conservação de biodiversidade nativa.

A espécie merece maior atenção de pesquisadores e produtores. Programas de melhoramento podem potencializar suas qualidades. Sistemas agroflorestais com feijão-bravo são alternativas promissoras.

Você está pronto para incluir o feijão-bravo em sua propriedade? Comece com poucas plantas e observe os resultados. Esta espécie resiliente pode transformar sua produção animal!

Compartilhe este artigo com outros produtores! Juntos, podemos valorizar e preservar nosso patrimônio vegetal. Deixe seu comentário sobre experiências com o feijão-bravo!

10. Fontes

  1. Projeto Caatinga UFERSA - Feijão-bravo: Informações gerais
    https://projetocaatinga.ufersa.edu.br/informacoes-gerais-feijao-bravo/
  2. Projeto Caatinga UFERSA - Feijão-bravo: Descrição botânica
    https://projetocaatinga.ufersa.edu.br/feijao-bravo-descricao-botanica/
  3. Embrapa - Avaliação do feijão-bravo em condições de cultivo
    https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/133388/
  4. SciELO - Crescimento e bromatologia do feijão-bravo
    https://www.scielo.br/j/rca/a/mNFBSnBcFPssMPzFD3swJFJ/
  5. Revista Verde - Sementes de Capparis flexuosa são recalcitrantes?
    https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/view/564
  6. Revista Brasileira de Ciências Agrárias - Fenologia de Capparis flexuosa
    http://www.agraria.pro.br/ojs32/index.php/RBCA/article/view/v4i2a3
  7. Horto Botânico UFRJ - Cynophalla flexuosa
    https://museunacional.ufrj.br/hortobotanico/restinga/capparisflexuosa.html
  8. World Flora Online - Cynophalla flexuosa
    https://www.worldfloraonline.org/taxon/wfo-0000634340
  9. Natureza Bela - Feijão-Bravo: Cynophalla flexuosa
    https://www.naturezabela.com.br/2014/12/feijao-bravo-cynophalla-flexuosa.html
  10. Embrapa - Forrageiras do Bioma Caatinga
    https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/bioma-caatinga/flora/forrageiras



























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CLASSIFICAÇÃO:

  • Divisão:Magnoliophyta
  • Classe:Magnoliopsida
  • Ordem:
  • Brassicales
  • Família:Capparaceae
    • Espécie:
    • Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl


CARACTERÍSTICAS:

Plantas 2-4 m. Caules ± teretes, geralmente glabros ou glabrescentes, raramente pubérulos. Folhas: pecíolo 4-10 mm; lâmina 3-7(-9) × 2-4(-5) cm., base estreitamente cuneada a arredondada, ápice emarginado, redondo, ou agudo, face abaxial geralmente glabrescente, face adaxial glabra. Inflorescências (1-)2-6 cm. Pedicelos 7-12 mm, (com textura de feltro). Flores noturnas, fragrantes; sépalas orbiculares, decusas, par proximal 5-7 × 10-12 mm, par distal 3.5-5 × 1-1.5 mm, caindo antes da antese, glabras; pétalas brancas, tornando-se amareladas ou avermelhado-esbranquiçadas, oblongo-obovadas, (10-)15-20 × 12 mm; estames 40-60(-120) mm; ginóforo 4-6(-8) cm. Cápsulas marrom-avermelhadas a amareladas, irregularmente constrictas entre as sementes, 5-15(-28) × 9-13(-17) mm, sementes verdes, 7-14 mm, recobertas com polpa branca oleosa. 2n = 16. (FLORA OF NORTH AMERICA)

Hábitos, ecologia:

Planta relativamente comum no litoral, em restingas mais preservadas, onde ainda é possível observar componentes arbóreo-arbustivos, ocorre de modo descontínuo a frequente, crescendo na areia das dunas fixas ou mesmo em locais extremos como em diminutas fendas em rochas, tornando-se verdadeiros "bonsais naturais" (observação pessoal). Suas flores de antese noturna e odor intenso são muito visitadas por insetos pilhadores no final da tarde. Os frutos são de cor avermelhada, deiscentes e expõe as sementes com cobertura branca para as aves, que as dispersam.

uso:

Forrageira: Muito utilizada como alimento para o gado, pois cresce mesmo nos períodos mais secos da caatinga nordestina, por isto é uma das mais promissoras forragens para a região.

Madeira: Utilizada como combustível, na forma de lenha.

Medicinal: Na medicina popular, é utilizada contra sinusites, na forma de inalado; e as cascas são raspadas e deixadas em água, bebendo-se o líquido resultante no caso de picadas de cobra.

Melífera: Muito atrativa para diversos insetos, em especial abelhas, formando densos aglomeros sobre as plantas em floração.

Ornamental: Bela árvore, com altura entre 2-3,5m, copa densa, muito resistente, sempre verde, de floração abundante no verão e frutificação muito atrativa para aves. Os frutos além de coloridos, não fazem "sujeira" nas calçadas, pois não são muito carnosos, podendo ser usada também na arborização urbana.






Fonte: 
ALBUQUERQUE, U.P. & ANDRADA, L.H.C. Uso de Recursos Vegetais da Caatinga: O caso do Agreste de Pernambuco (Nordeste do Brasil). Interciencia. Jul 2002, v. 27 n.7

ALMEIDA NETO, J.X. Estrutura Fitossociológica, Crescimento e Bromatologia Do Feijão-Bravo (Capparis Flexuosa L.) No Curimataú Paraibano, Brasil. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba. Areia, PB. 2008.








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