Classificação Botânica:
Nome científico: Malphigia glabra L.
Gênero: Malphigia
Família: Malphigiaceae
Origem e Características:
A aceroleira é uma planta originária das Antilhas e cultivada em escala comercial em Porto Rico, Havaí, Jamaica e Brasil.
É uma fruta atrativa pelo seu sabor agradável e destaca-se por seu reconhecido valor nutricional, principalmente como fonte de vitamina C, vitamina A, ferro, cálcio e vitaminas do complexo B (Tiamina, Riboflavina e Niacina). Consumida tanto in natura como industrializada, sob a forma de sucos, sorvetes, geléias, xaropes, licores, doces em caldas entre outras.
A área cultivada no Brasil é estimada em cerca de 10.000 ha, com destaque para a Bahia, Ceará. Paraíba e Pernambuco, que juntos detém a 60% da produção nacional. A maior parte dos pomares de acerola é formada com mudas oriundas de sementes. Por isso apresentam grande variabilidade genética quanto à produtividade, porte, arquitetura da copa, rendimento de polpa, cor, sabor, consistência e tamanho do fruto.
![](//2.bp.blogspot.com/-S2A67lciAX0/UCp3IMA_Z4I/AAAAAAAACQU/UW6nZrPQ44o/s320/BXK20420_acerola800.jpg)
Trabalhos de pesquisa realizados na Estação Experimental da CEPLAC, em Belmonte (BA) resultaram na seleção de clones de aceroleiras com características desejáveis, relacionadas ao porte da planta, produtividade e qualidade de frutos nos frutos. Foram selecionados 12 clones com produção variando de 40 a 66 kg/planta/ano com destaque para os clones CEPEC 164 e CEPEC 305 com produção superior a 60 kg/planta/ano. Produção bem acima da média dos plantios comerciais que é de 20 a 27 kg/planta/ano. Para plantios comerciais recomendam-se clones com produção acima de 60 kg/planta/ano ( Donadio et.al., 1998)
Além da produtividade as características químicas exigidas pelo mercado estão relacionados a cor, Brix e vitamina C.
Coloração: Vermelha
Sólidos solúveis (ºBrix): Mínimo de 7,0
Vitamina C (mg/100g): Mínimo de 1000mg/100g (Europa e Japão
Fonte: Frupex – Acerola para Exportação
Clima e Sola:
A aceroleira é uma planta rústica que se desenvolve bem em clima tropical e subtropical, sendo resistente a temperatura próxima a 0ºC. A temperatura média anual em torno de 25ºC é ideal para o seu cultivo. Um regime pluviométrico entre 1300 a 1500 anuais bem distribuídos proporciona uma maior produção de frutos com boa qualidade.
Os solos mais indicados para a acerola são os de textura argilo-arenoso, profundos e bem drenados.
Plantio:
O preparo do solo consiste na eliminação da vegetação existente, balizamento e correção do solo, se necessário.
Os espaçamentos mais indicados para o seu cultivo variam de 4 x 4 m, (625 plantas/ha) 4 x 3 m ( 833 plantas/ha) e 5 x 4 m (500 plantas/ha).
As covas de plantio devem ter as dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40 m. A adubação na cova deve conter 20 litros de esterco de curral e 300 g de superfosfato simples.
O plantio deve ser feito preferencialmente na época chuvosa, que na região sudeste da Bahia, corresponde ao período de maio a agosto.
Adubagem e Calagem:
A adubação é feita de acordo com as análises químicas do solo. Em virtude da falta de estudos relacionados com a nutrição da acerola, sugere-se adaptações de formulados estudados e utilizados em outras regiões tropicais do país.
A CEPLAC recomenda a formulação 11-30-17, conhecida regionalmente, como Fórmula A nas seguintes dosagens de acordo com a idade da planta:
100 g/planta 1º ano (2 vezes)
200g/planta 2º anos (2 vezes)
400g/planta 3º ano em diante (2 vezes)
Tratos Culturais:
a) Poda da formação e condução
- poda de formação – altura 30 a 40 cm do solo
- poda de condução (após a safra) – eliminação dos ramos ladrões e mal formados para facilitar a colheita (altura 1,70 a 2,0 m).
b) Controle de plantas daninhas
- roçagem manual e mecânica
- controle químico - herbicidas
Pragas e Doenças
Pragas:
Pulgões (Aphis spiroecola)
Danos – atacam parte terminal dosramos, flores e frutos jovens.
Controle – pulverizações de óleo mineral de 1 a 1,5 % em água
Bicudo (Anthomomis floris)
Danos – faz sua ovoposição noovário das flores e nos frutos jovens. Os frutos ficam deformados.
Controle – pulverizar com parathion na época de floração, recolher e enterrar todos os frutos caídos no chão.
Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata)
Danos – causa prejuízos aos frutos
Controle – usar produtos a base de fenthion como isca para mosca-das-frutas.
a) outras – eventualmente poderá ocorrer ataques de cochonilhas e cigarrinhas na aceroleira.
Doenças:
a) Antracnose Agente causal – Colletotrichum gloeosporioides
Sintomas – ataca folhas e frutos – os sintomas são manchas circulares de cor marrom Controle – oxicloreto de cobre a 0,25 % a intervalos de 15 a 21 dias
b) Cercosporiose:
Agente causal – Cercospora bunchosiae
Sintomas – pontuações arredondadas nas flores que amarelecem e caem. Ataque interno dá-se a desfolha total da planta.
Controle – fungicida a base de cobre.
c) Verrugose:
Agente causal – Sphaceloma sp
Sintomas – ataca ramos, folhas e frutos provocando deformações.
Controle – oxicloreto de cobre a 0,25 % aplicado a intervalor de 15 a 21 dias.
Colheira e Produtividade:
A colheita é feita manualmente. O fruto quando atingir a cor rosada deve ser colhido.
Os frutos quando maduros, estragam rapidamente e devem ser consumidos até três dias após a colheita.
Um homem pode colher até 50 kg de frutos/dia.
Os frutos colhidos podem ser armazenados a 8ºC com 90% de umidade relativa e embalados em sacos de polietileno para preservar suas qualidades até sete dias.
A produtividade da aceroleira pode variar em função da variedade, condições ambientais e do manejo empregado.
Área sem irrigação em Petrolina, PE a produtividade é de 17 kg de frutos/planta, com irrigação 100 kg de frutos/planta/ano.
Expectativa de produção: espaçamento 4,0 x 4,0 m – 625 plantas/ha, 100 kg/planta/ano – 62 t/ha.
Receita: Sagu com Acerola
Para o sagu
230 g de acerolas (24 unidades)
1 xícara de água
4 colheres (sopa) de açúcar
1 xícara de sagu já cozido (cerca de 1/3 de xícara dele cru, cozido em bastante água fervente até ficar transparente, escorrido e enxaguado em água fria).
Para a calda
12 acerolas
1 xícara de água
2 colheres (sopa) de açúcar
Para o sagu: - tire a polpa das acerolas (deve render 100 g), coloque numa panela com a água e o açúcar e leve ao fogo baixo até a polpa ficar macia. Junte o sagu cozido e misture com delicadeza. Deixe cozinhar mais uns 3 minutos. Prove o açúcar e junte mais, se açúcar necessário. Deixe gelar.
Para a calda: numa panela coloque a acerola e a água e leve ao fogo. Deixe cozinhar até a acerola ficar bem mole. Passe por uma peneira grossa que possa reter as sementes, junte açúcar à polpa peneirada e leve ao fogo. Deixe apurar até ficar ganhar um pouco de consistência - de geléia mole. Espere esfriar e sirva sobre o sagu gelado.
Rende: 4 porções
Nota: se quiser, coloque numa forma redonda e, depois de gelado, desenforme como um pudim e coloque a calda por cima.
Receita: Licor de Acerola
Ingredientes:
1kg de acerolas maduras;
2 copos de açucar refinado;
1 garrafa de cachaça;
2 copos de água fervida.
Preparo:
Em uma vasilha, coloque as acerolas lavadas e a cachaça, deixe por 24 horas;
Separadamente, em uma panela derreta o açúcar deixando bem clarinho;
Adicione a água;
Ferva até o ponto de xarope ralo;
Retire do fogo e deixe esfriar;
Coe a tintura de acerola e junte ao xarope.
0 Comentários
Obrigado pela sua participação!