Ata - Annona squamosa L.


Nomes populares: Anona, araticum, ata, cabeça-de-nego, condessa, coração-de-boi, pinha; sugar apple, custard apple e sweetsop (inglês); pomme cannelle (francês), annona (italiano); anona e chirimoya verrugosa (espanhol); gandhagatra e shubba (sánscrito); ramphal, sharifah e sitaphal (hindú).

Introdução


A ata pertence à família Annonaceae, gênero Annona, que inclui em torno de 120 gêneros e por volta de 2000 espécies. A espécie Annona squamosa produz frutos delicados, considerados dos melhores do gênero. A ata é também conhecida como pinha e fruta-do-conde no Brasil, anona blanca, sweetsop, anon, anona, rinon, atta del Brasil, srikaya, atis, etc.. 
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De acordo com Braga (1960), a ateira é uma planta americana, talvez originária das Antilhas e regiões circunvizinhas. As Anonáceas são fruteiras tipicamente de clima tropical, apresentam boas perspectivas econômicas para a região Nordeste do Brasil, por serem culturas altamente adaptadas às condições locais e produzirem frutos a partir do mês de janeiro, suprindo parte da capacidade ociosa da indústria de suco de caju. 

Apesar de não se dispor de dados estatísticos, é notória a demanda crescente, tanto no mercado interno, como no externo pelos frutos de Annona squamosa L. Esse incremento na procura motivou os fruticultores e empresários, e tem forçado a pesquisa a desenvolver métodos para que o produtor possa acompanhá-la, tanto na qualidade como na quantidade de frutos ofertados. O interesse por parte do consumidor e da indústria de polpa, já justifica a inclusão da pinha no rol das frutas tropicais brasileiras de excelente valor comercial (Alves et al., 1998).

Segundo dados do IBGE (2000), em 1996 o Nordeste participou com 87,27% da produção brasileira, dos quais 18% foram de Pernambuco, Estado que apresenta grande potencial para o cultivo de pinha sob irrigação. 



Características


Os dados relativos a caracterização da polpa da pinha madura, realizada na Embrapa Agroindústria Tropical. Segundo dados apresentados por Leal (1990), o peso da ata varia entre 210 e 265g, com as sementes representando entre 31 e 41%, a casca entre 23 e 40%, e a polpa entre 28 e 37%. O rendimento de polpa encontrado neste trabalho pode ser considerado mediano. Os frutos, considerando-se o comprimento e o diâmetro, apresentaram formato arredondado.

conteúdo de sólidos solúveis totais, muito elevado quando comparado com a maioria das frutas, e a baixa acidez total titulável 0,34% (ácido cítrico), indicam uma elevada relação SST/ATT, o que significa a forte predominância do sabor doce. 


Em trabalhos citados por Gomes (1987) são relatados teores semelhantes de sólidos solúveis - 24,82%, e acidez ainda mais baixa - 0,12%. Com relação ao conteúdo de açúcares solúveis totais, Leal (1990) observa que, após a água, o componente mais abundante na polpa de pinha são os carboidratos, que constituem entre 18,2 e 26,2%. Gomes (1987) cita um valor de 18,15% para os açúcares, sendo bem próximo ao encontrado aqui (19,23%). Deve-se destacar que aproximadamente 83% dos açúcares solúveis totais são constituídos por açúcares redutores. 

As análises bioquímicas revelaram uma elevada atividade das enzimas peroxidase e pectinametilesterase, associadas respectivamente ao escurecimento e ao amaciamento da polpa desta fruta. Apesar da excelente aceitação da ata para consumo fresco, no final da maturação os frutos ainda têm teores de amido (0,87%) e de pectina total (0,66%) relativamente altos, o que pode trazer algumas dificuldades durante o processamento e a estabilização de sucos.

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Utilização


As frutas são geralmente consumidas in natura, porém podem ser processadas na forma de sucos, doces e sorvetes. Pode-se fazer uma excelente bebida quando associase a polpa de pinha com leite. De acordo com Leal (1990) a polpa é usada também para sorvetes, ou na fabricação de bebidas fermentadas. O chá feito das folhas serve como laxante, e há registro na literatura do uso das sementes com propriedades inseticidas. 

Cultivo


 Plantio: o ano todo, dependendo da possibilidade de irrigação e da região; prefira os meses chuvosos.

• O solo para o cultivo da fruta-do-conde deve ser de textura leve, bem drenado, farto em matéria orgânica, profundo e um pouco ácido. No mínimo 30 dias antes do plantio, abra covas de 60 x 60 x 60 centímetros, com espaçamentos que podem variar de 4 x 2 metros (pomares com alto grau de tecnificação) a 7 x 5 metros (plantios menos tecnificados). Adube com 20 litros de esterco de curral curtido, 600 gramas de superfosfato triplo, 200 gramas de cloreto de potássio e 200 gramas de calcário dolomítico. Acrescente ainda dez gramas de bórax e 20 gramas de sulfato de zinco, caso esses micronutrientes sejam insuficientes no solo.

 Clima: quente; não tolera geadas nem temperaturas baixas

 Para plantar, dê preferência a mudas enxertadas adquiridas de viveiristas credenciados, que tenham matrizes de seleções superiores. Pomares formados por sementes, além de serem heterogêneos e demorarem mais para produzir, são mais vulneráveis ao ataque de pragas e doenças de raízes e de colo. Durante o crescimento das árvores, faça podas e também uma suplementação de nutrientes (NPK).

• O desenvolvimento da planta vai bem sob temperaturas elevadas (mínimo de dez a 20 graus e máxima de 22 a 28 graus), com precipitação perto de mil milímetros ao ano. Para garantir a produção, evite regiões com excesso de chuvas no período de florescimento e maturação dos frutos. Também geadas e grandes oscilações do clima são prejudiciais à cultura. A árvore é alvo de invasores como brocas, ácaros e cochonilhas.


• Colheita: duração de 90 a 180 dias, de acordo com a região e condições climáticas.

Uso medicinal


Rica em vitamina C e do complexo B, proteínas, carboidratos, cálcio, fósforo e ferro; na medicina popular, as folhas são usadas para o tratamento de convulsões e colites, e os frutos, para debilidade geral.

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Fontes


ALVES, R.E.; FILGUEIRAS, H.A.C.; MOSCA, J.L. Colheita e pós-colheita de Anonáceas. In: SÃO JOSÉ, A.R.; SOUZA, I.V.B.; MORAIS, O.M.M.; REBOUÇAS, T.N.H. Anonáceas - Produção e mercado (Pinha, graviola, atemóia e cherimólia). Vitória da Conquista: DFZ/UESB, 1997. p.240-256.

BRAGA, R. Plantas do Nordeste, especialmente do Ceará. 2a ed. Fortaleza: Imprensa Oficial. 274p. 1960.

GOMES, P. Fruticultura Brasileira. 11ed. São Paulo: Nobel, 1987. 446p.

IBGE. Levantamento sistemático da produção agrícola. http://www.ibge.gov.br.

LEAL, F. Sugar apple. In: NAGY, S., SHAW, P. E., WARDOWSKI, W.F. Fruits of tropical and subtropical origin. Composition, properties and uses. Lake Alfred: FSS, 1990. p. 149-158.



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