Juazeiro - Ziziphus joazeiro
Família: Rhamnaceae
Sinônimos: Zizyphus. gardneri Reiss.
Nomes vulgares: Nomes populares – juazeiro, joazeiro, joá, juá, juá-espinho, juá-fruta, enjuá e laranjeira-de-vaqueiro.
Origem/significado do nome:
Origem/significado do nome:
O nome do fruto – juá – é de origem tupi e vem de “a-ju-á”, que significa “fruto colhido dos espinhos”.
Distribuição geográfica: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Cresce nos campos abertos ou nas caatingas dos sertões do polígono das secas. Vegeta no nordeste do Brasil (do Piauí até o norte de Minas Gerais).
Informações ecológicas – Planta perenifólia, heliófita e seletiva higrófila, característica e exclusiva de várzeas da região semi-árida (caatinga). Seu profundo sistema radicular permite retirar água do subsolo para manter- se verde mesmo durante o período de estiagem. Prefere solos aluviais argilosos, mas cresce também em tabuleiros áridos e pedegrosos. Lugar na sucessão vegetal: planta secundária. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, que são amplamente disseminadas pelos animais.
O juazeiro quase sempre cresce onde há água no subsolo, baixadas úmidas ou situações semelhantes. Quando germina fora desses ambientes, para sobreviver durante a estiagem, despe-se das folhas, igualmente às suas companheiras da caatinga.
Hábito e porte: Árvore de 4 a 10 metros de altura, que cresce com porte variável conforme o local onde se desenvolve. Em boas condições de água e fertilidade do solo, chega a atingir cerca de 12 metros e proporcional tamanho de sua copa, que, geralmente, vem até próximo ao solo. O tronco pode ser simples ou dividido e distâncias variáveis da base, tendo 10 m ou mais de altura e 60 cm ou mais de diâmetro, com acúleos retos, casca cinérea com rimas logitudinais superficiais, por fim lisa; raminhos novos de cascacinéreo-oliva, divaricados, flexuosos, redondos, cobertos, com os pecíolos e pedúnculos, de tênue pilosidade só visível com a lente.
Folhas: de 5-7 ou até 10 cm de comprimento e 3-5 cm de largura, pecioladas, largo-ovais, cordiformes na base, agudas ou meio acuminadas, levemente coriáceas, lisas, meio reluzentes, serrilhadas, glabras, mas pubescentes nas nervuras da face dorsal, de cor verde-forte, as inferiores o mais das vezes elíptica, obtusas e as outras menores; estípulas freqüentemente caducas, transformando-se em acúleos retos, assovelados.
A epiderme superior da folha deste vegetal é desprovida de estômatos e de pelos. Suas células têm paredes sinuosas o que lhes aumenta a resistência contra as compressões. A epiderme inferior possui muitos estômatos, do tipo comum e pelos simples, unicelulares. É notória nesta epiderme, a grande enervação, que confere a estas folhas, um aspecto coriáceo.
Flores: pequenas, reunidas em inflorescência axilar cimosa, com ramos pilosos; melíferas. Inflorescência em cimeiras quase globosas, multifloras, pedúnculos curto-dicótomo, igual ou pouco excedente ao pecíolo; cálice de 4-5 mm de comprimento, pétalas recurvas, de úngula linear e lâmina arredondada. Floresce durante os meses de novembro-dezembro.
Fruto: é uma drupa pequena, arredondada, com aproximadamente 1,5 a 2,0 cm de diâmetro e 2 g de peso, de um amarelo-castanho, levemente áspero, glabra ou glabrescente; pedicelo com 0,3 a 0,6 cm de comprimento e pubescentes.
A parte carnosa é comestível, rica em vitamina C, de cor creme e com até 3 mm de espessura. O caroço é castanho escuro, mais ou menos obovóide, de superfície rugosa.
Uso:
Ziziphus joazeiro, além de oferecer uma excelente sombra, a entrecasca, rica em saponinas, serve de sabão dentrífico, quando raspada; é excelente tônico capilar quando em infusão ou macerada. A infusão da folha é estomacal e a água do juá é empregada para amaciar e clarear a pele.
Os seus frutos maduros depois que caem depois de secos à sombra, caídos ao solo, tornam- se verdadeiras passa, que são saboreadas pelos ouvidos e caprinos. Um excelente vinho tipo "moscatel" pode ser feito com o fruto nesse estado.
O juá maduro é muito estimado pelas crianças e adultos. Mitiga a fome e a sede em tempo de seca. As raspas das cascas do juazeiro têm várias aplicações; a principal é a de substituírem o sabão nos lugares onde a água é salobra. De fato, elas guardam uma propriedade saponácea que em qualquer água espumam abundantemente.
Poder de reprodução:
A reprodução está muito dependente do apodrecimento da polpa que muitas vezes só um ano depois, passado o inverno está a semente em condições de germinar. Livre a semente e encontrando condições ambientas, protegidas do sol, germinam muito lentamente.
Sistemas silvícolas:
O joazeiro deve ser plantado em faixas ou em agrupamentos. Primeiro como quebra-vento e abrigo para os rebanhos e o segundo como sombra para a pequena criação. Na mata, propriamente, não há interesse de sua presença, principalmente do meio de árvores de valor econômico intolerantes à sombra.
Cuidados
Não há pragas ou moléstias a temer economicamente, a não ser, às vezes, a lagarta da folha. Todavia o seu cuidado principal está no seu plantio em definitivo e na sua cuidadosa proteção, contra os caprinos e ovinos principalmente.
Obtenção de sementes - Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Em seguida despontá-los manualmente, lavar as sementes em água corrente e, deixá-las secar à sombra. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 1.720 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é curta, não ultrapassando 5 meses.
Produção de mudas:
Colocar as sementes para germinação logo que colhidas, diretamente em recipiente individuais contendo substrato organo-argiloso e, mantidos em ambiente semi-sombreado. Cobrir as sementes com uma camada de 0,5 em de substrato peneirado e irrigar diretamente. A emergência ocorre em 70-100 dias e, a taxa de germinação é geralmente baixa. O desenvolvimento das mudas é lento, ficando prontas para o plantio no local definitivo em 8-9 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é lento dificilmente ultrapassado 2 m aos 2 anos de idade.
Olá, boa tarde!
ResponderExcluirEntrei para conhecer a tão falada fruta de juá, e achei interessantíssima. Espero um dia ter a oportunidade de degustá - la pois onde moro( Mato Grosso) não a temos.
Obrigada por proporcionar - me tais informações e parabéns pelo blog.
Att,
Eliane Carvalho
Achei que o nome juá era por causa do cheiro absurdamente enjoado 🤢
ExcluirEstou Conhecendo mais a fundo o Jóa... por causa de um trabalho que meu professor solicitou... tenho essa fruta aqui perto de casa, muito interessante conhecer suas utilidades e riquesas naturais existentes na mesma!.
ResponderExcluirSou da região Nordeste do País "Paraiba".
Olá, Eliane!
ResponderExcluirVenha aqui no Rio Grande do Norte onde temos bastante juazeiros os quais estão próximo a frutificarem. Na Escola Agrícola de Jundiaí da UFRN estamos desenvolvimentos alguns produtos alimentícios a partir dos frutos, juás.
Caro amigo, procuro informações sobre uma outra planta ,menor, popularmente conhecido como Juá de bode. Você sabe o nome científico?
ResponderExcluirOlá, creio que você esteja falando do Canapum:
Excluirhttp://www.naturezabela.com.br/2011/02/canapum-physalis-angulata.html