Mancenilheira - A árvore da morte


Você já ouviu falar de uma árvore que pode queimar sua pele só por passar uma chuva debaixo dela? Pois é, essa planta existe. A mancenilheira, Hippomane mancinella, é uma árvore da família das euforbiáceas. O pai da taxonomia moderna, o sueco Linnaeus, deu esse nome a esta nociva árvore das Américas inspirando-se no filósofo grego Teofrasto (371a.C.-287a.C.), o qual já havia nomeado assim uma planta nativa da Grécia após descobrir que os cavalos ficavam loucos ao comê-la. É também conhecida como mancenilheira-da-areia ou mancenilheira-da-praia.
A mancenilheira é nativa na Florida, nos Estados Unidos, Baamas, Caraíbas (Guadalupe, Bonaire, Martinica, Antígua e Barbuda, Trinidad e Tobago, etc.), América Central (Honduras, Nicarágua, Panamá, etc) e até ao norte da América do Sul (Colômbia e Venezuela). Não ocorre no Brasil.

Taxonomia


Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Angiosperma
Classe:Euphorbiaceae
Ordem:Malpighiales
Família:Euphorbiaceae
Género:Hippomane

A Lenda


Juan Ponce de León (1474-1521) foi o primeiro governador de Porto Rico, por nomeação da Coroa espanhola. De acordo com a lenda popular, acredita-se que ele tenha sido o primeiro europeu a ter visitado o que hoje é o estado norte-americano da Flórida (ele teria denominado a região de "La Florida"), após ter partido à frente de uma expedição em busca da lendária "Fonte da Juventude", que ele acreditava estar localizada na Flórida.

Juan Ponce de León teria feito sua última viagem em 1521, quando ele e mais 200 homens (entre eles estavam fazendeiros, padres e artesãos) com cerca de 50 cavalos e outros animais domésticos distribuídos em dois navios, desembarcaram na costa sudoeste da Flórida. Contudo, pouco tempo depois foram atacados por uma tribo chamada Calusa, e o conquistador espanhol teria sido atingido por uma flecha envenenada em sua perna. 

O veneno? Bem, reza a lenda que o veneno teria sido obtido a partir da mancenilheira. O único problema dessa história sobre o veneno, é que não há nenhuma confirmação sobre isso, é apenas o que se conta.

Os calusas teriam como prática amarrar seus "prisoneiros de guerra" nos troncos dessas árvores, garantindo assim uma morte lenta e dolorosa. No livro "Poison Arrows: North American Indian Hunting and Warfare", do antropólogo David E. Jones, o mesmo aponta que os nativos utilizavam uma cataplasma (substância medicamentosa de consistência pastosa) feita com arrowroot (termo aplicado a uma série de plantas com rizomas ou raízes amiláceas, erroneamente traduzido de forma generalizada como araruta) como se fosse uma espécie de antídoto para os ferimentos causados pelas flechas envenenadas.

Árvore da morte


Esse é um dos seus nomes conhecidos, usado por quem convive com ela. Também é conhecida como Macieira da Areia ou Macieira da praia - mas árvore da morte é o apelido que melhor descreve a realidade.

As várias partes da árvore contêm toxinas fortes, algumas ainda não identificadas. Com citamos anteriormente, a sua seiva contém forbol e outras substâncias irritantes para a pele, produzindo dermatites fortemente alérgicas. 


Ficar sob a árvore durante a chuva causa a formação de borbulhas na pele devido ao mero contato com a água que escorre das folhas, e se as mãos forem colocadas nos olhos pode ocorrer cegueira temporária ou mesmo definitiva. 

Queimar essas árvores também é uma má ideia. A fumaça pode cegar temporariamente e causar sérios problemas respiratórios.

Mas, apesar dos efeitos desagradáveis, o contato da pele com esta árvore não é fatal. A ameaça real vem de sua pequena fruta redonda.

Comer este fruto, que parece uma pequena maçã, pode causar vômitos e diarreia tão severos que desidratam o corpo até um ponto em que não há mais cura.

Pacientes com um histórico de ingestão e queimaduras na orofaringe ou sintomas gastrointestinais devem ser transportados para o hospital. O tratamento é de apoio." (Fonte: Poisonous Plants: A Handbook for Doctors, Pharmacists, Toxicologists, Biologists and Veterinarians de Dietrich Frohne e Hans Jürgen Pfänder. 2005).

Em vários locais, muitas mancenilheiras têm em seu redor um sinal de perigo (por exemplo em Curaçau, enquanto em outros locais são marcadas com uma cruz vermelha no tronco para indicar perigo. Nas Antilhas Francesas, (Martinica e Guadalupe), sobretudo, as árvores são muitas vezes marcadas com uma banda vermelha a um pé acima do solo. Em Bonaire, todavia, as árvores não apresentam qualquer sinal indicador de perigo.

Fonte:

https://www.msn.com/
https://pt.wikipedia.org
https://www.bbc.com/


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