Pega-pinto - Boerhavia diffusa L.

1. Introdução

Você já ouviu falar do pega-pinto? Esta pequena planta nativa brasileira possui propriedades medicinais extraordinárias. Conhecida cientificamente como Boerhavia diffusa, ela cresce espontaneamente em diversos biomas do país. Seu nome curioso vem dos frutos pegajosos que grudam facilmente na pele. Além disso, a planta é reconhecida como um dos diuréticos naturais mais potentes do mundo. Portanto, vale a pena conhecer suas características e benefícios impressionantes. Neste artigo, você descobrirá tudo sobre essa espécie medicinal fascinante.

2. Ficha Técnica da Planta

2.1. Classificação Científica

A classificação botânica do pega-pinto segue a seguinte hierarquia:

  • Reino: Plantae
  • Divisão: Magnoliophyta
  • Classe: Magnoliopsida
  • Ordem: Caryophyllales
  • Família: Nyctaginaceae
  • Gênero: Boerhavia
  • Espécie: Boerhavia diffusa L.
  • Descritor: Carl von Linnaeus (1753)

O gênero Boerhavia foi nomeado em homenagem ao médico holandês Hermann Boerhraave. Consequentemente, existem cerca de 50 espécies vegetais neste gênero. A espécie B. diffusa possui diversas sinonímias botânicas reconhecidas. Entre elas estão Boerhavia erecta, B. coccinea e B. caribaea.

2.2. Nomes Populares da Planta

O pega-pinto recebe diversos nomes regionais no Brasil e em outros países. Dessa forma, é importante conhecer essas denominações populares:

No Brasil:

  • Pega-pinto
  • Agarra-pinto
  • Amarra-pinto
  • Bredo-de-porco
  • Erva-de-porco
  • Batata-de-porco
  • Tangaracá
  • Erva-tostão

Na América Latina:

  • Yerba tostada (Argentina)
  • Yerba tutón (Argentina)

Esses nomes refletem características da planta, especialmente seus frutos aderentes. Assim, a denominação "pega-pinto" ilustra bem essa particularidade.

3. Características Botânicas da Planta

3.1. Porte

O pega-pinto é uma herbácea suculenta de pequeno a médio porte. A planta pode ser bienal ou perene, dependendo das condições ambientais. Geralmente, ela atinge entre 50 cm e 1 metro de altura. Além disso, seu ciclo de vida longo permite crescimento contínuo. A estrutura apresenta muitos ramos vegetativos rasteiros e alguns eretos. Portanto, seu hábito de crescimento é prostrado a semi-ereto.

3.2. Caule e Casca

Os caules do pega-pinto possuem características distintas e identificáveis. Eles apresentam ramificações abundantes que se espalham horizontalmente. Além disso, a superfície dos ramos é pilosa, coberta por pequenos pelos. A textura é ligeiramente suculenta, armazenando água nos tecidos. Consequentemente, a planta tolera períodos de seca moderada. Os ramos mais velhos podem apresentar leve lignificação na base.

3.3. Folhas

As folhas são pequenas, simples e dispostas de forma oposta. A forma varia de ovada a oblonga com margens onduladas. Dessa maneira, cada folha mede aproximadamente 4 a 8 cm de comprimento. A superfície superior apresenta coloração verde mais escura que a inferior. Além disso, ambas as faces são pilosas ao toque. As folhas possuem pecíolos distintos, facilitando sua identificação. A face inferior tem coloração verde clara característica.

3.4. Flores

As flores do pega-pinto são pequenas, delicadas e bastante ornamentais. Elas crescem em panículas isoladas acima da folhagem. Ademais, cada flor possui um pedicelo curto que a sustenta. A coloração pode variar entre esbranquiçada e vermelha. Consequentemente, essa variação depende da genética e das condições ambientais. As inflorescências se destacam visualmente sobre as folhas. O período de floração ocorre principalmente nos meses mais quentes.

3.5. Frutos

Os frutos são pequenas cápsulas secas com característica única. Eles possuem pelos glandulares extremamente pegajosos na superfície. Portanto, aderem facilmente a roupas, pele e pelos de animais. Esse mecanismo evolutivo facilita a dispersão das sementes. Além disso, os frutos são unisseminados, contendo apenas uma semente. A maturação ocorre rapidamente após a polinização. Essa característica pegajosa originou os nomes populares da planta.

3.6. Sementes

As sementes são pequenas, adaptadas à dispersão por adesão. Elas permanecem protegidas dentro dos frutos pegajosos. Além disso, apresentam boa taxa de germinação em condições adequadas. A propagação da espécie ocorre principalmente por sementes. Consequentemente, a dispersão zoocórica (por animais) é o principal método. As sementes podem permanecer viáveis no solo por meses.

3.7. Raízes

A raiz é tuberosa, espessa e armazena nutrientes. Ela penetra profundamente no solo buscando água. Além disso, essa estrutura é carnosa e suculenta. A cor varia do branco ao bege claro. Consequentemente, a raiz é a parte mais utilizada medicinalmente. Ela contém a maior concentração de compostos bioativos. O sistema radicular desenvolve-se rapidamente em solos adequados.

3.8. Variedades

Existem variedades botânicas reconhecidas de Boerhavia diffusa. Entre elas, destacam-se B. diffusa var. hirsuta e B. diffusa var. mutabilis. Porém, essas variações são sutis e principalmente morfológicas. Além disso, não há cultivares comerciais desenvolvidas até o momento. A espécie típica é a mais comum e estudada. Portanto, as diferenças entre variedades interessam mais aos botânicos.

4. Origem, Habitat e Distribuição Geográfica

4.1. Origem

O pega-pinto é nativo do continente americano, particularmente do Brasil. A planta evoluiu em regiões tropicais e subtropicais. Atualmente, ela possui distribuição pantropical em todo o mundo. Além disso, adaptou-se a diferentes condições climáticas. Consequentemente, tornou-se cosmopolita em áreas quentes. Estudos indicam origem brasileira com posterior dispersão.

4.2. Onde é Encontrada Naturalmente

A espécie cresce espontaneamente em áreas abertas e antropizadas. Dessa forma, é comum em pomares, hortas e jardins. Além disso, aparece frequentemente em terrenos agrícolas. A planta prefere locais com boa luminosidade direta. Consequentemente, raramente ocorre em florestas densas e fechadas. Também coloniza margens de caminhos e áreas perturbadas. Sua presença indica solos bem drenados.

4.3. Biomas em que Ocorre

No Brasil, o pega-pinto distribui-se amplamente em cinco biomas principais:

  • Amazônia: Presente em áreas abertas e clareiras
  • Caatinga: Adaptada à seca do semiárido
  • Cerrado: Comum em campos e bordas
  • Mata Atlântica: Encontrada em regiões costeiras
  • Pantanal: Ocorre em áreas sazonalmente alagadas

Portanto, a espécie demonstra grande plasticidade ecológica. Além disso, tolera variações climáticas significativas.

5. O Papel no Ecossistema

O pega-pinto desempenha funções ecológicas importantes nos ambientes onde ocorre. Primeiramente, suas flores atraem pequenos polinizadores como abelhas e borboletas. Além disso, os frutos pegajosos servem à dispersão zoocórica eficiente. Consequentemente, animais transportam sementes para novas áreas. A planta também fornece cobertura vegetal em solos expostos. Dessa maneira, protege contra erosão e perda de nutrientes. Ademais, suas raízes contribuem para estruturação do solo. As folhas, ao caírem, enriquecem a matéria orgânica. Portanto, a espécie auxilia na recuperação de áreas degradadas.

6. Usos e Importância da Planta

6.1. Uso na Culinária

Embora não seja amplamente conhecida na culinária brasileira, a raiz é comestível. Em alguns países, como Argentina, a raiz é consumida como alimento. Além disso, no Paraguai, raízes machucadas são adicionadas ao mate tererê. Essa bebida refrescante também é considerada energizante. Porém, o uso culinário é limitado comparado ao medicinal. Consequentemente, não há receitas tradicionais populares no Brasil.

6.2. Importância Econômica

A importância econômica atual é principalmente no setor fitoterápico. Extratos e produtos à base de pega-pinto são comercializados. Além disso, existe potencial para desenvolvimento de medicamentos naturais. A planta é vendida em lojas de produtos naturais. Consequentemente, gera renda para pequenos produtores. Porém, ainda não há cultivo comercial em larga escala. Portanto, a maior parte da coleta é extrativista.

6.3. Importância Cultural

O pega-pinto possui grande relevância na medicina tradicional brasileira. Por gerações, comunidades utilizam a planta para diversos males. Além disso, o conhecimento sobre seus usos foi transmitido oralmente. Consequentemente, faz parte do patrimônio cultural imaterial. Em algumas regiões, a planta aparece em benzeduras e simpatias. Ademais, raizeiros e erveiros mantêm viva essa tradição. Portanto, representa conexão entre passado e presente.

6.4. Importância Medicinal

A medicina popular reconhece múltiplas propriedades terapêuticas da planta. Primeiramente, é indicada como potente diurético natural. Além disso, auxilia em problemas hepáticos e icterícia. Consequentemente, é usada para congestão do fígado e hepatite. A planta também trata nefrite, hidropisia e cálculos biliares. Ademais, combate retenção urinária e nervosismo. Tradicionalmente, a raiz trata picadas de cobras. As folhas, em infusão, expulsam vermes intestinais. Portanto, apresenta amplo espectro de ações medicinais.

Propriedades Farmacológicas Comprovadas:

  • Hepatoprotetora (protege o fígado)
  • Diurética (aumenta produção de urina)
  • Colerética (estimula produção de bile)
  • Hipotensiva (reduz pressão arterial)
  • Antiparasitária (combate parasitas)
  • Antimicrobiana (inibe microrganismos)
  • Anti-inflamatória (reduz inflamação)
  • Antiespasmódica (relaxa músculos)
  • Imunomoduladora (regula imunidade)

7. Cultivo e Cuidados Com a Planta

7.1. Clima e Temperatura

O pega-pinto prefere climas tropicais e subtropicais quentes. A temperatura ideal varia entre 20°C e 35°C. Além disso, tolera calor intenso acima de 40°C. Porém, não suporta geadas ou temperaturas abaixo de 5°C. Consequentemente, desenvolve-se melhor em regiões de clima ameno. A planta necessita alta luminosidade direta. Ademais, adapta-se a variações sazonais moderadas.

7.2. Solo

A espécie prefere solos bem drenados e arenosos. Além disso, tolera solos pobres em nutrientes. Consequentemente, não exige terra altamente fértil. O pH ideal varia de 6,0 a 7,5 (levemente ácido a neutro). Ademais, a planta não tolera encharcamento prolongado. Solos compactados prejudicam o desenvolvimento radicular. Portanto, a textura leve favorece o crescimento.

7.3. Plantio

O plantio ocorre principalmente por sementes. Primeiramente, prepare canteiros ou sementeiras com substrato leve. Além disso, semeie superficialmente, cobrindo levemente. A germinação ocorre entre 7 e 14 dias. Consequentemente, mantenha umidade constante nesse período. O plantio direto no local definitivo também funciona. Ademais, respeite o espaçamento adequado entre plantas.

7.4. Irrigação

O pega-pinto necessita irrigação regular durante o estabelecimento. Porém, após enraizado, tolera seca moderada. Além disso, evite excesso de água no solo. Consequentemente, irrigue quando a superfície estiver seca. Durante períodos chuvosos, suspenda a irrigação. A planta suculenta armazena água nos tecidos. Portanto, possui boa resistência à estiagem.

7.5. Adubação

A planta cresce bem mesmo sem adubação intensiva. Porém, uma adubação orgânica leve favorece o desenvolvimento. Além disso, composto orgânico aplicado semestralmente é suficiente. Consequentemente, evite excesso de nitrogênio. Adubos orgânicos como esterco curtido são adequados. A planta não exige fertilizantes químicos. Portanto, o cultivo orgânico é viável.

7.6. Espaçamento

O espaçamento recomendado varia entre 30 e 50 cm entre plantas. Além disso, considere o crescimento prostrado dos ramos. Consequentemente, plantas muito próximas competem por luz. Em cultivos comerciais, adote linhas de 60 cm. Ademais, esse espaçamento facilita manejo e colheita. O adensamento excessivo favorece doenças.

7.7. Controle de Pragas

A espécie apresenta boa resistência natural a pragas. Porém, pode ser atacada por pulgões e cochonilhas. Além disso, lesmas podem danificar folhas jovens. Consequentemente, monitore regularmente as plantas. O controle pode ser feito com calda de sabão. Ademais, inimigos naturais ajudam no controle biológico. Evite agrotóxicos sintéticos em plantas medicinais.

7.8. Poda

A poda não é essencial para o pega-pinto. Porém, pode-se remover ramos secos ou danificados. Além disso, a poda leve estimula brotação. Consequentemente, renova a parte aérea da planta. Realize podas após períodos de floração. Ademais, use ferramentas limpas e afiadas. A planta tolera bem podas moderadas.

7.9. Colheita

A colheita pode ser feita 4 a 6 meses após o plantio. Primeiramente, colha as raízes quando a planta estiver madura. Além disso, as folhas podem ser colhidas durante todo o ciclo. Consequentemente, faça colheitas parciais preservando a planta. As raízes possuem maior concentração de princípios ativos. Ademais, seque o material colhido adequadamente. A secagem à sombra preserva melhor os compostos.

7.10. Rotação de Culturas

A rotação não é obrigatória para o pega-pinto. Porém, evite plantar na mesma área consecutivamente. Além disso, alterne com leguminosas fixadoras de nitrogênio. Consequentemente, isso melhora a estrutura do solo. A rotação também previne pragas e doenças. Ademais, diversifica a produção na propriedade.

7.11. Ciclo de Vida

O pega-pinto é classificado como planta perene. Consequentemente, pode viver vários anos sob condições favoráveis. Além disso, em alguns locais comporta-se como bienal. O ciclo completo de crescimento leva cerca de 6 meses. Ademais, a floração ocorre anualmente. A planta entra em dormência durante períodos secos. Portanto, rebrota com a chegada das chuvas.

8. Curiosidades Sobre a Planta

O nome científico Boerhavia homenageia Hermann Boerhraave, famoso médico holandês do século XVIII. Além disso, ele foi professor de medicina na Universidade de Leiden. Consequentemente, contribuiu significativamente para a botânica médica.

Na medicina ayurvédica indiana, a planta é conhecida como "Punarnava". Além disso, esse nome significa "o que renova" ou "que rejuvenesce". Portanto, é considerada planta da longevidade.

O pega-pinto não apresenta toxicidade comprovada em estudos científicos. Ademais, testes em animais não detectaram efeitos teratogênicos. Consequentemente, é considerada segura em doses usuais.

A planta possui uso veterinário tradicional em abcessos de pele. Ademais, prepara-se um emplasto com vinagre para tratar animais. Essa prática é comum em algumas regiões da Índia.

No Paraguai, adiciona-se o pega-pinto ao tererê tradicional. Consequentemente, a bebida ganha propriedades refrescantes e energizantes. Essa prática cultural é transmitida por gerações.

9. Conclusão

O pega-pinto representa um tesouro da flora medicinal brasileira. Suas propriedades diuréticas e hepatoprotetoras são reconhecidas cientificamente. Além disso, a planta demonstra grande versatilidade terapêutica. Consequentemente, merece maior atenção para pesquisas e desenvolvimento. O cultivo doméstico é acessível e não exige grande expertise. Ademais, a espécie contribui para biodiversidade e saúde ecológica. Portanto, valorizar o pega-pinto significa preservar conhecimentos tradicionais. A medicina popular brasileira guarda sabedorias milenares valiosas. Por fim, esta planta modesta oferece benefícios extraordinários.

Você conhecia o pega-pinto? Compartilhe este artigo com amigos interessados em plantas medicinais! Deixe seu comentário contando suas experiências com esta planta incrível. Juntos, valorizamos nossa flora nativa!

10. Fontes

  1. Horto Didático de Plantas Medicinais do HU/CCS - UFSC
  2. Portal Amazônia - Pega-pinto: conheça uma das plantas mais diuréticas do mundo
  3. PPMAC - Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares
  4. Alonso, J. (2004). Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. Rosario, Argentina: Corpus Libros.
  5. Di Stasi, L.C. & Hiruma-Lima, C.A. (2002). Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. São Paulo: Editora Unesp.
  6. Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. (2008). Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
  7. Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Flora do Brasil
  8. Universidade Luterana do Brasil - Jornada de Iniciação Científica

















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CLASSIFICAÇÃO:

    • Nome comum:
      pega-pinto, agarra-pinto, bredo-de-porco, erva-de-porco, batata-de-porco,    tangaracá, erva-tostão (Brasil), yerba tostada, yerba tutón (Argentina), etc.
    • Família:
      Nyctaginaceae
    • Sinonímia:
    • Boerhavia diffusa var. hirsuta (Jacq.) Kuntze, Boerhavia diffusa var. mutabilis R.     Br., Boerhavia erecta L., Boerhavia coccinea Mill., Boerhavia caribaea Jacq., etc. 
    • Obs.:Boerhavia hirsuta Willd.(ilegítimo), Boerhavia hirsuta Jacq.(legítimo).
    • Origem e Habitat:
      Nativa do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal).

Características:

O gênero Boerhavia descrito por Carl von Linnaeus, em 1753, inclui aproximadamente 50 espécies vegetais, e o nome do gênero foi em homenagem ao médico, químico e botânico holandês Hermann Boerhraave. 

Trata-se de uma herbácea bienal ou perene, suculenta, medindo de 50 cm a 1,0 m de altura, com muitos ramos vegetativos rasteiros e poucos ramos eretos, pilosos, de onde partem folhas pequenas, simples, opostas, ovadoblongas de margens onduladas, pilosas e pecioladas, de cor verde claro na face inferior, medindo de 4-8 cm de comprimento. 

Flores pequenas, pediceladas, reunidas em panículas isoladas, de coloração esbranquiçadas ou vermelhas, dispostas bem acima da folhagem. Raiz tuberosa. propagação é por sementes.

Os frutos são pequenas cápsulas com pêlos glandulares que se aderem à roupa e à pele. Sua 



USO MEDICINAL:

Parte usadaa planta inteira, principalmente a raiz.


Uso popular: Segundo a Irmã Eva Michalak, esta planta é indicada para dispepsia, congestão do fígado, hepatite, nefrite, hidropisia, cálculos da vesícula biliar, retenção da urina e nervosismo. 

Di Stasi assinala que na Região da Mata Atlântica o uso principal é na forma de infusão das folhas para expulsão de vermes (lombrigas) ou na infusão da planta toda contra hepatite e diarréia. 

Pio Corrêa (1984) refere o uso da raiz para problemas do fígado, icterícia, excelente diurético e contra picadas de cobras. 
Na forma de cataplasma feito com as raízes moídas e fervidas é usada contra mordedura de cobras e bicho-de-pé. 

Na Índia, as raízes são usadas para tratar males do fígado, vesícula, rins e problemas urinários. Tem uso veterinário para abcessos de pele, onde é feito um emplasto com uma pasta misturada com vinagre(ALONSO, 2004).

Na Argentina a raiz é usada como colagogo, diurético (como diurético também os talos foliáceos), refrescante e purgante. A raiz é empregada como alimento. 

No Paraguai costuma-se incorporar as raízes machucadas ao mate tererê como bebida refrescante e energizante. 

Na Martinica empregam-se as folhas na forma de decocção para fazer gargarejos em casos de faringite e angina. A decocção ou o suco das folhas são recomendadas como analgésicas e anti-inflamatórias. 


Na Guatemala é empregada para tratar erisipela e como antiparasitário, etc.

Composição química:

Alcalóides (concanvalina A, boerhavina), aminoácidos, ácido boerhávico, lignanas (liriodendrina, siringaresinol-B-glicosídeo), lipo-polissacarídeos, esteróis (beta-sitosterol, campesterol), ácido ursólico, liriodendrina, ácido esteárico, flavonóides, etc. 

Ações farmacológicas: 

Foram demostradas as seguintes ações farmacológicas com extratos das raízes: hepatoprotetora, diurética, colerética, hipotensiva, antiparasitária, antimicrobiana, anti-inflamatória, anti-hemorrágica, antiespasmódica e imunomoduladora. 

Efeitos adversos: 

Muitos testes foram feitos em animais para estudos sobre a toxicidade desta planta e nenhum detectou toxicidade nem teratogenicidade. 

Contra-indicações:

Não há referências sobre contra-indicações, porém, pelo princípio da precaução, não é recomendado extratos desta planta na gravidez e lactação. 

Referências:


ALONSO, J. Tratado de Fitofármacos y Nutracéuticos. 1. ed. Rosario, Argentina: Corpus Libros, 2004. 


DI STASI, L.C. & HIRUMA-LIMA, C.A., Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica - São Paulo: editora Unesp, 2002. 

LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa , SP: Instituto Plantarum, 2008.

MICHALAK, E., irmã. Apontamentos fitoterápicos da Irmã Eva Michalak. Florianópolis: Epagri, 1997.

PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: IBDF, Ministério da Agricultura, Imprensa Nacional, 1984. 

Sá, C.F.C. 2010. Nyctaginaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB010903)

http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/planta.php?id=250

GALERIA:




















Comentários

  1. como faço para conseguir essa planta ( raiz)

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  3. Olá.
    Na BAHIA região do vale do jequiriçá (Jaguaquara) tem bastante.
    Se precisar entrar em contato.
    Att.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, to precisando de meio quilo de raiz dessa erva pega pinto.
      agacapoeira@hotmail.com
      5384491357 wats

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    3. boa tarde,

      Preciso da raiz erva tostao para fazer uma garrafada para o vitiligo... pode me enviar!! Obrigada meu celular 11 9 9689 1894

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    1. Bom dia, meu nome é Eliseu, estou precisando da raiz pega pinto, como fazer?

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  5. Gostei muito da matéria, estou interessada na ação imuno moduladora do Pega Pinto.Gostaria de ter acesso às referências das análises toxicológicas se possível.
    Informa a Giovana Santos Matias que aqui em Pernambuco tem pega pinto em todo lugar, inclusive no Recife. Givonete

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  6. como faço para adquirir um pouco de erva tostão.

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  7. É uma planta com muitas propriedades medicinais

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  8. Boa noite, preciso da raiz dessa.planta como posso conseguir? Alguem pode me ajudar? Obrigada, meu e-mail katia_donadell@hotmail.com eu uso mais esse e-mail.

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  9. Meu nome e Eliseu quero comprar raiz pega pinto - 15-997724879----e mail financeiro@eligas.com.br

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  10. Boa noite esta erva e' realmente fantastica

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  11. Não tem pega chana em vez de pega pinto?

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    1. Seria bom, mas eu não conheço nenhuma planta que te ajude neste sentido. Terá que ser pelos seus próprios méritos kkkkkkkk

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  12. Eu gostaria de adquirir a raiz dessa planta pois tenho vitiligo, me ajudem a encontrar. .

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  13. fiz uso da raiz do pega pinto para combater bacteria no organismo, e deu certo

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    1. Essa planta é muito boa p/infecsão no canal da urina ótimo!

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  14. Quero encontrar a semente dessa planta pega ponto entre em contato no meu email rochazelia@bol.com br por favor preciso

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    Respostas
    1. Aqui no Pará pega pinto é mato nasce por conta própria na natureza.kkkkk Agente joga é fora. Pena que quase ninguem aqui sabe do valor dela.

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  15. Essa erva serve para o calor da menopausa? isso eu queria saber.

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