Pau-brasil - Caesalpinia echinata

Meu filho, Ayslan Costa, de 8 anos, leu que o nome do nosso país deriva do nome de uma árvore, o Pau-brasil. E assim ele passou a me fazer várias perguntas sobre esta planta. Então para tentar responder seus questionamentos e principalmente para incentivá-lo a ler, a postagem desta semana é sobre o Pau-brasil.

Nome Científico: Caesalpinia echinata
Sinonímia: Guilandina echinata
Família: Fabaceae 
Divisão: Angiospermae
Origem: Brasil
Ciclo de Vida: Perene

Porque ao lado do nome Pau-brasil vem um nome esquisito?

Talvez você não saiba, mas as espécies são identificadas sempre por dois nomes. Um (às vezes, vários) é aquele como nós popularmente a chamamos e o outro é como os cientistas, preocupados com a classificação rigorosa de suas espécies, a denominam e registram. Com o pau-brasil não poderia ser diferente. Seu nome científico é Caesalpinia echinata Lam.

Mas esse nome esquisito parece um palavrão!

Nada disso! Acontece que, como em todo nome científico, há neste batismo algumas regras bem simples que, uma vez conhecidas, tiram das palavras seu ar arrogante e indecifrável.

Quais são essas regras?

Primeiramente, as palavras estão escritas em latim que, apesar de ser uma língua morta (ninguém mais fala latim hoje em dia), ainda batiza diversas descobertas da ciência. Vamos desvendar o primeiro mistério: o primeiro nome de uma espécie sempre diz respeito a seu gênero, aqui no caso, "Caesalpinia" - que na verdade é uma homenagem a um grande médico e botânico do século XVI - Andrea Cesalpino. Próximo enigma: o segundo nome se refere à sua espécie. A palavra "echinata" é a forma latina do adjetivo "equinado", que nada mais quer dizer do que "vegetal cheio de espinhos". Um bom exemplo de um sujeito prá lá de equinado é o ouriço-do-mar, não é verdade? E, por fim, a terceira palavra que dá nome a uma árvore é a abreviação do nome da pessoa que a registrou. "Lam." é a abreviação de Lamarck, o botânico que, em 1789, descreveu o pau-brasil, conforme as normas da nomenclatura botânica. Viu como foi fácil desvendar o significado do nome científico! 

Por quais outros nomes o Pau-brasil é conhecido?

Agora, vamos aos nomes populares com os quais os indígenas, os europeus e, nós brasileiros, chamávamos e ainda chamamos, nossa amiga Caesalpinia: ibirapitanga, ibirapiranga, ibirapita, muirapiranga, orabutã, brasileto, pau-rosado e pau-de-pernambuco. Ufa! Até que foi bom ter prevalecido a forma "pau-brasil" para batizar nosso país, pois você já pensou se a outrora Terra de Santa Cruz adotasse, por exemplo, o nome Ibirapitanga. A esta altura seríamos todos "ibirapitanguenses". Nada contra a palavra em si, mas que "brasileiro" é muito mais fácil de pronunciar, ah, isso é verdade!

E como é essa árvore?

Árvore símbolo do Brasil, o pau-brasil é uma leguminosa nativa da Mata Atlântica. Ela apresenta tronco de casca acinzentada e recoberta de grossos acúleos, que descama em placas irregulares deixando ver a casca interna de coloração avermelhada.
As folhas são bipinadas, com 5 a 6 pares de folíolos e 6 a 10 pares de folíolos secundários.
As inflorescências terminais, são compostas de numerosas flores com quatro pétalas amarelas e uma central modificada, de coloração vermelha. Após a floração, que ocorre na primavera, surgem os frutos do tipo vagem, deiscentes, recobertos por numerosos acúleos e carregam de 1 a 5 sementes marrons e discóides. 
Os frutos são vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de uma a cinco sementes discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.
Atualmente o pau-brasil é uma espécie ameaçada de extinção, que é dificilmente encontrada em seu habitat natural. Esta escassez se deve à intensa exploração que sofreu no passado, quando sua madeira era utilizada para extração de corantes. Apesar disso está sendo largamente utilizada no paisagismo urbano, devido às suas qualidades ornamentais, e é comum sua aplicação em parques públicos e amplos jardins residenciais. 
De crescimento  lento, pode atingir 30 metros de altura e 60 centímetros de diâmetro de tronco. O pau-brasil apresenta madeira de excelente qualidade, dura, compacta, vermelha e muito resistente, apropriada para a construção naval, indústria moveleira e de intrumentos musicais. Ainda hoje ela é utilizada para confecção arcos de violinos.
Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica e muito bem drenado. Durante o primeiro ano recomenda-se a proteção da muda, em local semi-sombreado. Adubações anuais estimulam uma intensa floração. Multiplica-se por sementes, que germinam com facilidade, não sendo necessária a quebra de dormência.

Fontes:


http://www.sescsp.org.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://www.infoescola.com 





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