Jenipapo - Genipa americana L.


Classificação Botânica:



Nome Científico: Genipa americana L.
Família: Rubiaceae
Origem e dispersão: O jenipapeiro é originário da América Tropical e Índia Ocidental. Está distribuído por vários países e é comum no Nordeste brasileiro. É encontrado desde o Norte e Nordeste até o Estado de São Paulo.


Características:



A árvore é alta, caule reto, alcançado até 15 m de altura. O fruto é uma baga ovóide de 8 a 12 cm de comprimento e 6 a 9 cm de diâmetro, cinzento ou marrom, com polpa marrom clara e numerosas sementes pardas e achatadas com 6 a 12 mm de comprimento e peso até 550 g. Frutifica de novembro a fevereiro.

Folhas:
Suas folhas são verde escuro, oblongas e agudas, possuem superfícies e margens lisas e se apresentam agrupadas no extremo dos ramos.

Flores:
Flores grandes, vistosas, hermafroditas amarelo-ouro contendo 5 pétalas, brancas logo que se abrem passando a amareladas, levemente aromáticas, reunidas em inflorescência.

Fruto:
Fruto tipo baga, ovoíde, com 5-12cm de diâmetro. De cor escura e casca rugosa e murcha, com polpa marrom clara, doce e ácida, suculenta, de aroma forte que envolve numerosas sementes no centro.

Sementes:
As sementes são pardas, chatas e polidas. Ácida para ser consumida naturalmente, é muito utilizada como matéria-prima alimentícia de doce, licor, xarope, vinho e quinino (sulfato de quinina - usado como antimalárico e antipirético). 

Clima e Solo:


O jenipapeiro é encontrado em regiões de clima tropical úmido, em solos profundos e bem drenados.

Propagação:


A propagação pode ser feita por sementes e enxertia.

Uso:


A polpa do jenipapo é sucosa, doce, parda, adocicada e acre, sendo utilizada na confecção de licores, refresco, vinho, refrigerantes, doces, etc. A casca é utilizada como remédio diurético, na cura de úlceras e anemia. É rica em ferro e riboflavina.

Na medicina caseira, o jenipapo é utilizado como fortificante e estimulante do apetite. É um fruto comestível ao natural e empregado no preparo de compota, doce cristalizado, refresco, suco, polpa, xarope, licor, vinho, álcool, vinagre e aguardente. A jenipapada é um doce feito de jenipapo cortado em pedacinhos e misturado ao açúcar, sem ir ao fogo.

O Jenipapo possui um elevado conteúdo de ferro. Por isso, é aconselhável um grande uso dessa rubiácea. Também possui cálcio, hidratos de carbono, calorias, gorduras, água, e às vitaminas B1, B2, B5 e C. Acredita-se no Norte e no Nordeste do Brasil, que o suco de jenipapo e adequado para combater a anemia decorrente do impaludismo ou das verminoses. Segundo autoridades científicas, esse fruto faz bem aos asmáticos. Como diurético, o suco do fruto é aconselhável nos casos de hidropisia.
O suco do Jenipapo também é usado para controle de plaquetas do sangue em pacientes que fazem quimioterapia e/ou radfioterapia, mostrando ser eficaz. Muitos tomam duas ou mais vezes ao dia.

Quando verde, de cor cinzenta e pele áspera, fornece um suco de cor azulada muito utilizado como corante para tintura em tecidos, artefatos de cerâmica e tatuagem.
Para extrair o corante do jenipapo, corte o fruto ao meio, retire as sementes, esprema a polpa como se fosse um limão e coe. O líquido no princípio transparente, ao contato com o ar, oxida-se e ganha uma coloração entre azul-escura e preta. A tinta provém do sumo do fruto verde - a substância corante, chamada genipina, perde o efeito corante com o amadurecimento do fruto. Assim, quanto mais verde o jenipapo, mais forte a cor vai ficar. Um fruto médio rende, em média, meio copo de corante que logo depois da extração é levemente esverdeado, mas reage em contato com o ar e se torna azul ou verde. Aplicada sobre o papel, a cor azul perde intensidade e adquire tons esverdeados ou marrons. O corante do jenipapo tem a consistência do nanquim e, para ficar mais concentrado, coloque-o em um vidro sem tampa, o que facilita a evaporação. 
No corpo, em contato com a pele, pode deixar manchas, mas não se desespere, a mancha some e desaparece depois de uma semana ou mais, espontaneamente.
A casca, rica em tanino, é usada em curtumes para tratar couros, além de ser um excelente diurético contra úlceras, anemias e outras doenças.

A madeira do jenipapeiro de cor branca marfim é mole, elástica, flexível, racha com facilidade, recebe bem o verniz e tem longa duração. É empregada em construção naval e em construção civil, em marcenaria de luxo, em tanoaria, em fundições (moldagem de peças), em xilogravura, entre outros, e para a fabricação de cabos de ferramentas.


Curiosidades:


O nome jenipapo (Genipa americana L.) vem do Tupi-guarani, de nhandipab ou jandipap, que significa fruto que serve para pintar. A casca do tronco e os frutos verdes têm sido usados tradicionalmente pelos índios, quando se pintam de negro, e empregada na tintura de tecidos e utensílios domésticos.

O suposto poder afrodisíaco do jenipapo também foi explorado na novela “O bem amado”, onde o personagem Odorico Paraguaçu agraciava às irmãs Cajazeiras. Segundo lendas do folclore brasileiro, "para as doenças do baço, nada como colocar o pé no tronco do jenipapo.
Corte a casca do tamanho do pé da pessoa doente. A casca retirada do jenipapeiro deve ser colocada no fumeiro da cozinha. A casca vai engelhando e o baço também". E há os que temem a proximidade do jenipapeiro, acreditando que a árvore guarda fantasmas que impedem o crescimento do gado.
Lendas à parte, o jenipapeiro é uma planta rústica, resistente à seca e de fácil adaptação a vários tipos de climas e solos, o que favorece sua larga distribuição geográfica. Parece ser originário da região noroeste da América do Sul e encontra-se distribuído pelo continente americano, desde o estado da Flórida na América do Norte até a Argentina na América do Sul.

As festas juninas da região Nordeste não dispensam o delicioso sabor do bom e velho licor, especialmente o licor de jenipapo.
No século XIX, este licor foi considerado como bebida dos nobres na Europa.
As festas de Natal e de Ano Novo celebradas com champagne e vinho também podem ser incrementadas com este toque de aroma tropical, que hoje já é exportado para vários países.

Segundo sreportagem de Caio Coutinho da Faculdade Integrada da Bahia, a técnica de produção de licor foi trazida pelo clero, cuja tradição ainda é mantida em algumas instituições religiosas, como o Convento do Desterro e o Instituto Bom Pastor de Salvador, como fonte de renda complementar.
Nestas instituições, a produção bastante artesanal e lenta é obtida pela infusão da fruta em álcool por período de aproximadamente um ano, seguido de seis lentos processos de filtração em algodão e engarrafamento.
Mais de 50 compostos voláteis foram isolados da polpa de jenipapo, sendo 27 destes compostos (principalmente álcoois e ésteres) importantes para o sabor ácido e as notas frutais que caracterizam o aroma especial do jenipapo (Alves, 2006).
Deliciosas receitas de licor e de outros produtos do jenipapo também podem ser encontradas nos Livros publicados e comercializados pela Embrapa: “Frutas do Cerrado” e “Cerrados: aproveitamento alimentar”.
No “Seminário Plantas do Futuro - região Centro-Oeste”, realizado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e patrocinado pelo Ministério do Meio Ambiente, realizado em Brasília, DF, em 2005, destacou-se o potencial do jenipapo e de outras 15 fruteiras nativas que poderão receber incentivos para pesquisas e fomento para a produção sustentada na região Centro-Oeste durante os próximos anos.

Fontes:

www.amazonsat.com.br
www.todafruta.com.br
www.arara.fr

Comentários

  1. CONHEÇO BEM ESTA FRUTA, AQUI NO NORDESTE TEM MUITO, NO MUNICIPIO DE LAVRAS DA MANGABEIRA CE

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  2. Quais seriam as descrições Químicas dessa planta?

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