Marmelo - Cydonia oblonga



O marmeleiro (Cydonia oblonga), é uma pequena árvore, único membro do gênero Cydonia, da família Rosaceae, cujos frutos são chamados marmelos. É originário das regiões mais amenas da Ásia Menor e Sudeste da Europa. Também é conhecido pelos nomes de marmeleiro-da-europa, marmelo e pereira-do-japão.

Sinônimos botânicos: Cydonia vulgaris Pers., Pyrus cydonia L.
Outros nomes populares: quince (inglês), membrillo (espanhol), coin g (francês), cotogna (italiano).

CLASSIFICAÇÃO:

DIVISÃO:
Angiosperma
CLASSE:
Dicotiledónea
ORDEM:
Euphorbiales
FAMÍLIA:
Euphorbiaceae
GÊNERO:
Cydonia
ESPÉCIE:
C. oblonga



Constituintes químicos:

 
Acúcares, ácido tártrico, ácido tânico, amigdalina, mucilagem, pectina, propectina, proteína, sais minerais (fósforo, cálcio, ferro), taninos, vitamina C, vitaminas do complexo B.

Propriedades medicinais:

Adstringente, anti-séptica, antidiarreica  antiespasmódica, calmante, nutriente.
Indicações: queimadura, inflamação de garganta, diarreia  cólica, convalescênça  edema traumático, nevralgia facial, fissura na pele.
Parte utilizada: folhas, frutos, sementes.

Contra-indicações/cuidados: não encontrados na literatura consultada.

Modo de usar: 
  • chá das folhas: diarreia, cólica, convalescênça.
  • cataplasma das folhas trituradas: edema traumático, nevralgia facial, fissura na pele, queimadura.
  • fruto: marmelada, geleia, xaropes, licor, pratos salgados.
  • queimaduras: decocção de 10 g de sementes por 15 min. Lavar as queimaduras.
  • inflamação de garganta: frutos com pele e sementes e água açucarada, cozinha-se e coa-se. Conservar em vidro. Usar uma colher em um pouco de água morna para fazer gargarejo.
  • diarreia: marmelada.




uso:

Em alguns países, como Portugal, normalmente não é consumido cru, mas cozido, geralmente fazendo-se marmelada. Também se consome assado. No Brasil, é consumido quase que exclusivamente na forma industrializada, para produção de marmelada, e os frutos, tendo em vista a pequena produção local para a indústria, são importados do Uruguai e Argentina. Mas, atualmente a Capital do Doce de Marmelo quase artesanal é em São João do Paraíso (Minas Gerais), o doce já sai fabricado de São João do Paraíso "artesanalmente".
As sementes podem ser utilizadas como antidiarreico. Do marmeleiro também se extrai a vara de marmelo, instrumento de punição bastante usado no passado, e ainda em uso em algumas localidades.

História:

Acredita-se que os primeiros marmeleiros plantados no Brasil tenham sido trazidos por Martim Afonso de Sousa na sua viagem de 1530. Os marmeleiros teriam se habituado muito bem ao clima da Capitania de São Vicente, principalmente a Serra da Mantiqueira, onde teria se tornado uma cultura subespontânea. No século XX, chegou a ser uma cultura importante, principalmente na década de 1930, quando a marmelada chegou a ser o doce industrializado mais consumido no País. 



economia do marmelo:

No Brasil existe atualmente produção de marmelo nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Mas apesar dessa relativa difusão geográfica apenas a produção mineira é comercialmente importantes. A produção de marmelo já foi bastante concentrada nas cidades mineiras de Delfim Moreira e Marmelópolis, no alto da Serra da Mantiqueira - e mesmo estas, decadentes. Apesar da demanda pela fruta por parte da indústria, para fabricação de marmelada, a maior parte dela é suprida por produtores localizados na Argentina e do Uruguai.
Atualmente a Capital do Doce de Marmelo tradicional é em São João do Paraíso (Minas Gerais), município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 25.456 habitantes. Está localizado ao norte de Minas Gerais na divisa com a Bahia. Seu atual prefeito é Manoel Andrade Capuchinho (Junho/2010 à Dezembro / 2012). Mas, apesar de ser a capital do doce de marmelo, não tem sequer uma festa para expandir sua tradição. A EMATER-MG ajuda os produtores com assistência técnica. A cultura do doce de marmelo tradicional na cidade vem ganhando força a cada colheita graças aos produtores. O processo de produção de marmelo é quase toda artesanal. As suas maiores plantações ficam nas comunidades do município, Paus Preto e Argola, sendo que elas, juntas, correspondem à maior parte da produção do município.

Descrição botânica:

É uma planta de porte médio (3 a 6 metros), de folhas oblongas e caducas, de sistema radicular superficial e fasciculado, com tronco tortuoso e copa arredondada. É uma árvore melífera, com flores alvas ou róseas. Os frutos são, normalmente, amarelos quando maduros, grandes, bastante aromáticos e adstringentes.


Cultivo e reprodução:

 O marmeleiro requer menos horas de frio do que a macieira e a pereira, por isso, no Brasil, esta planta pode ser cultivada deste o Rio Grande do Sul até Minas Gerais. O marmeleiro pode ser propagado vegetativamente por estaquia, mergulhia (de cepa ou em sulcos) e por enxertia (borbulhia ou garfagem) sobre porta-enxertos produzidos vegetativamente.

observação:

Não se deve confundi-lo com o marmeleiro da caatinga, Croton sonderianus, conhecido popularmente como "marmeleiro preto", comumente encontrado na região Nordeste, especialmente no Ceará, que é usado na medicina popular no tratamento de distúrbios gástricos e tem sido extensivamente estudado em nossos laboratórios. 
O Gênero Croton, o segundo maior da família Euphorbiaceae, inclui aproximadamente 1000 espécies, das quais algumas são conhecidas como fonte de diterpenos, principalmente diterpenos do tipo clerodano furânico. Também são relatados diterpenos do tipo cleistantano, beierano, caurano e labdano. Estudos farmacológicos dos extratos orgânicos e substâncias isoladas, das raízes de Croton sonderianus, coletadas em Sobral-Ceará, revelaram significativa atividade biológica. O Ácido 3,4-seco-traquilobanóico, um dos constituintes químicos isolados das raízes de C. sonderianus, apresentou atividade antimicrobiana contra Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus, Saccharomyces cerevisiae e atividade fungicida contra Candida albicans, Trichophyton mentagrophyts e Polyporus sanguineus.
Dando continuidade ao estudo fitoquímico de C. sonderianus, visando o isolamento de novas substâncias, bem como a avaliação da atividade antiinflamatória dos extratos por solventes orgânicos e possíveis substâncias isoladas, as raízes de especimens de uma outra região geográfica (Acarape-CE) foram coletadas, secas, moídas e extraídas com hexano seguido por etanol. Cromatografias sucessivas do extrato hexânico, sobre gel de sílica, empregando-se solventes em escala crescente de polaridade (hexano, CHCl3, Acetato de etila e MeOH) permitiu o isolamento das substâncias I-IV. A substância I, isolada na forma de éster metílico, foi caracterizada como sendo o Ácido 3,4-seco-Traquilobanóico por comparação dos seus dados espectrométricos, principalmente RMN 1H e 13C, com dados registrados na literatura para a mesma substância e da mesma fonte.

A substância II, de maior Rf dentre II-IV, foi caracterizada como álcool terciário, assim como as duas outras, através dos espectros no infravermelho e RMN 13C (carbono não hidrogenado em ~72,0 ppm). Comparação com dados espectrométricos de I, assim como de outros diterpenos carbinólicos com esqueleto atisano, da literatura, permitiu a proposição da estrutura II. 
O mesmo procedimento, desta feita por comparação com dados de diterpenos com esqueleto caurânico hidroxilados na posição 16 permitiram a identificação de III. A estrutura IV foi proposta como um epímero de II no carbono-10 em virtude da semelhança dos dados de RMN, exceto para a multiplicidade e deslocamento químico dos hidrogênios a à carbonila.

Fontes:
http://www.plantamed.com.br
http://ic.dantas.fotoblog.uol.com.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br
http://pt.wikipedia.org














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